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Henry Kissinger deixou-nos em paz. Um ídolo para muitos, mas odiado por outros, Kissinger partiu, mas continua presente através da política de controlo demográfico, entretanto inscrito nos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, e no projeto da IV Revolução Industrial do Fórum Económico Mundial, a base da Nova Ordem Mundial.

Henry Alfred Kissinger, o ex-Secretário de Estado mais conhecido dos governos americanos pós II Guerra Mundial, faleceu na sua casa no Estado de Conecticut, a 29 de novembro. Diplomata, político, consultor e cientista político norte-americano, mas de origem alemã, trabalhou nas administrações norte-americanas de Richard Nixon e de Gerald Ford entre 1969 e 1977.

Jovem refugiado judeu alemão nos Estados Unidos, fugiu à perseguição nazi com a família. Mas haveria de servir no exército norte americano durante a II Guerra Mundial e, depois da guerra, termina os seus estudos na Universidade de Harvard onde se destacou desde jovem na área do armamento e da política externa.

A Segurança Nacional Norte-americana e a política demográfica para os Países em Desenvolvimento

Em 1974 foi publicado um estudo sob a orientação de Kissinger conhecido como “Memorando 200-Estudo de Segurança Nacional: Implicações do Crescimento Populacional Mundial para a Segurança e os Interesses Ultramarinos dos Estados Unidos da América”. A tese principal defendia que o crescimento populacional nos países menos desenvolvidos constituía uma séria ameaça à segurança nacional dos EUA. A importância que lhe foi atribuída faria dele a base da política oficial norte-americana na administração de Gerald Ford.

O que interessa ao mundo, hoje, o referido estudo? Primeiro, compreender que, a origem desta preocupação com a demografia radicava na célebre Real Comissão sobre população britânica, criada em 1944 no reinado de Jorge VI. Considerava-se, então, que o crescimento populacional das colónias constituía uma séria ameaça à segurança britânica. Pelo que, segundo esta comissão, era imperativo analisar que medidas poderiam ser tomadas de acordo o interesse nacional com o objetivo de influenciar o comportamento demográfico no futuro.

Mas interessa ainda relembrar que, o Relatório 200, à semelhança dos estudos britânicos, também apresentava programas semelhantes relativamente ao controlo demográfico em países com importância estratégica para os EUA, como programas de planeamento familiar relativos à contraceção, ao aborto e à esterilização, assim como o constrangimento de fornecimento alimentar associados aos programas anteriores.

Nas palavras do diplomata americano, “O despovoamento deveria ter a prioridade máxima para a política externa dos EUA relativamente ao terceiro mundo.”.

Se tivermos presente os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável promovidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), sobretudo a partir de 2015, podemos ver neles plasmada esta preocupação que foi inglesa e, depois, norte-americana, que é o controlo da população e o controlo dos recursos mundiais.

Dos países em Desenvolvimento para o Mundo: a Quarta Revolução Industrial

Mas Kissinger foi ainda o mentor de Klaus Schwab no lançamento do projeto do Fórum Económico Mundial, no início da década de 1970, e na organização da Academia de Jovens Líderes após o fim da ex-União Soviética. Importava, a partir de 1991, construir uma elite de políticos e empresários mundial capazes de pensar o futuro do mundo. Pela academia passaram nomes como Tony Blair, Angela Merkel e Sarkozy, entre muitos outros. Ambos os projetos estiveram na base da denominada Quarta Revolução Industrial.

Apenas há alguns anos Kissinger projetava que, no futuro, a Inteligência Artificial (IA) significaria o fim do Iluminismo.

E mais recentemente, numa conversa virtual organizada pelo Conselho para as Relações Internacionais (CFR) com Eric Schmidt (ex-CEO da Google) em dezembro de 2021, Kissinger revelou o mesmo pensamento pragmático de sempre. A política dos EUA em primeiro lugar.

Podemos dizer que, no fim da sua vida, termina com a chave de ouro da “Realpolitik”, ao escrever A Idade da IA em parceria com Eric Schmidt e Daniel Huttenlocher, onde podemos ler “Quer a consideremos uma ferramenta, uma amiga ou uma rival, a IA irá alterar a nossa experiência como seres racionais e mudar permanentemente a nossa relação com a realidade. O resultado será uma nova epopeia.”.

Referências

[The Age of AI] | C-SPAN.orgKissinger’s 1974 Plan for Food Control Genocide (larouchepub.com)

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