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Lobby na UE (2): A complexa rede de financiamentos privados das ONGs lobistas

As ONGs lobistas da comissão europeia dispõem de dois tipos de financiamentos: (1) da própria comissão (e de alguns países) e (2) de entidades privadas, principalmente fundações. Nestas últimas, verificámos uma complexa rede de financiamentos cruzados entre centenas de organizações. Os maiores doadores para os principais lobistas partilham a mesma agenda ideológica e têm como prioridade a “crise climática”.

Como vimos o maior grupo de entidades lobistas é constituído ONGs que, aliados aos Think tanks, constituem uma grande força de lobby.

Interessa por isso investigar quem financia estas entidades.

Analisámos quem são as entidades privadas que financiam estas ONGs e concluímos que a grande maioria são fundações financiadas por inúmeras outras fundações. Na maioria das 15 principais ONGs e Think Tanks é possível identificar os seus financiadores privados, embora os valores exatos não sejam normalmente divulgados.

Principais financiadores privados das ONGs e Think tanks lobistas

Entre as inúmeras fundações que financiam as maiores ONGs, destacam-se:

– A Fundação Europeia do Clima, que tem como objetivo “Preparar o caminho para um mundo net-zero”;

– A Open Society Foundation, fundação do empresário George Soros, que tem uma reconhecida influência política e económica por todo o mundo. Afirma ter como objetivos: a justiça climática, a equidade, a expressão e a justiça;

– A fundação Oak, que afirma seguir os princípios de justiça, equidade, inclusão e diversidade e empenha os seus recursos “na resolução de questões de carácter global, social e ambiental”;

– A Bloomberg Philanthropies que define como áreas de ação: a saúde pública, o ambiente, a educação, a inovação governamental e as artes;

– O Rockefeller Brothers Fund, que afirma promover “mudanças sociais, que contribuem para um mundo mais justo, sustentável e pacífico”, e estar empenhada em tornar-se uma instituição antirracista e anti sexista.

– A Fundação KR, que afirma ter como objetivo fazer face à crise climática, promovendo uma rápida eliminação dos combustíveis fósseis a nível mundial.

– O fundo de caridade Schwab, que funciona através da abertura de contas que permitem aliar investimentos e doações. Promete facilitar as deduções fiscais e, ao mesmo tempo, definir uma estratégia de doações.

Financiamento cruzado

Um dos pontos mais importantes é que estas ONGs são financiadas principalmente através de impostos europeus (países ou comissão europeia) ou de outras ONGs.

Quase todas essas entidades têm financiamentos cruzados, formam uma complexa rede de ligações financeiras entre si e têm fontes de financiamento muito semelhantes (com vários doadores comuns).

Vejamos o exemplo da Climate Action Network Europe (CAN), uma das principais ONGs lobistas da UE.

Fonte: Funding – CAN Europe

ONGs financiadoras com as mesmas agendas

Outra das características mais evidentes destas ONGs é o facto de a esmagadora maioria destas organizações lobistas, bem como os seus financiadores, terem características muito semelhantes.

Têm a agenda climática como grande prioridade, enaltecendo os riscos de níveis elevados de Co2 e fazendo pressão para uma queda drástica das emissões humanas (Net Zero).

Por outro lado, têm um posicionamento ideológico muito semelhante um discurso conotado com uma agenda dita “progressista”, facilmente identificado com a repetida referência a princípios como a equidade ou inclusão.

Num próximo artigo, aprofundamos a origem do financiamento privado, que depois é distribuído por centenas de ONGs, e analisamos como boa parte da elite financeira mundial beneficia da utilização das suas fundações para financiarem entidades lobistas.

Ver também:

Lobby na UE (1): 35 maiores lobistas têm a Ação Climática como prioridade – The Blind Spot

Editorial- A nova mina de ouro e os seus porteiros – The Blind Spot

Comissão de Governança Climática pressiona declaração de emergência planetária já em 2024

Comissão Europeia acusada de proteger von der Leyen do escrutínio público

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