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Vídeo de filho de alto magistrado exibindo peças de luxo censurado no Brasil

Um vídeo que mostra o filho de um alto magistrado a exibir vários itens luxuosos, que incluíam um relógio de 200 mil euros e roupas de marca, foi banido das redes sociais brasileiras. O magistrado em causa é próximo de Lula da Silva e foi o relator da ação que impossibilita Jair Bolsonaro de se candidatar. A censura, foi justificada com o “caráter humilhante” do vídeo e por tentar atingir o seu pai magistrado. O caso está a levantar grande polémica, nomeadamente em relação à origem do dinheiro e ao papel que as entidades judiciais estão a ter na limitação da liberdade de expressão e na ocultação de factos reais.

No vídeo vê-se Felipe Brandão, com a sua família, a ser interpelado nas ruas de Amesterdão (Holanda) por um influenciador, que filma pessoas com roupas e joias de luxo em lugares públicos. Felipe descreve de forma entusiasmada todos os itens de luxo que ostentam e que incluem um relógio no valor de 200 mil euros, vários outros acessórios e roupas de marcas como: a Prada, a Dior, a Gucci, a Louis Vuitton, a Valentino, a Chanel, entre muitas outras.

O próprio influenciador, Anthony Kruijver, que depois publica os vídeos numa série, mostra-se espantado pela quantidade e diversidade de produtos de luxo revelados pelos três membros da família.

Fundamentação da decisão

Apesar de o vídeo ter ocorrido num local público e com uma empolgada colaboração de todos, uma juíza do Rio de Janeiro acedeu a um pedido da família e baniu o vídeo com a justificação de que o vídeo tem “caráter vexatório e humilhante”.

Considerou ainda que o objetivo da sua publicação é ridicularizar Felipe Brandão (filho do juiz) e atingir terceiros, no caso o seu pai, Benedito Gonçalves.

Historial e proximidade a Lula da Silva

Benedito Gonçalves é visto como sendo próximo de Lula, que o nomeou em 2008 para o seu atual cargo de magistrado do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

No passado, foi magistrado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre 2021-2023, e magistrado-geral da Justiça Eleitoral. Nesse último cargo, foi o relator da ação de investigação eleitoral, julgada em junho de 2023, que culminou na inelegibilidade de Jair Bolsonaro.

Já no passado, o magistrado proferiu múltiplas decisões contrárias ao ex-presidente, nomeadamente no âmbito das eleições presidenciais e favoráveis ao, na altura seu adversário e atual presidente, Lula da Silva.

Investigação sobre a legitimidade das eleições (Benedito Gonçalves como relator)

Fonte: Troca na Corregedoria do TSE indica um novo caminho, de mínima intervenção (conjur.com.br)

Inúmeras declarações e filmagens públicas confirmam o alinhamento e a proximidade pessoal de Benedito Gonçalves com o atual presidente e com os seus principais aliados.

Outro momento polémico que protagonizou foi quando foi captado por um microfone a dizer a Alexandre Morais, o grande aliado judicial de Lula da Silva e opositor de Jair Bolsonaro, aquando da tomada de posse de Lula, “Missão dada, é missão cumprida”.

Polémica nas redes sociais

O caso tem originado uma onda de indignação nas redes sociais devido às justificações utilizadas para o vídeo ser banido. Têm sido, igualmente, levantadas suspeitas sobre a origem do dinheiro e sobre a independências judicial no país.

Referências:

Quem é Benedito Gonçalves, relator de ação contra Bolsonaro no TSE (uol.com.br)

TJ-RJ manda apagar vídeo de filho do ministro Benedito Gonçalves (gazetadopovo.com.br)

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