Apesar da baixa procura que resultou num desperdício de 215 milhões de doses (4 mil milhões de euros) no ano transato, a União Europeia prepara-se para adquirir quase 150 milhões de doses adicionais para os próximos dois anos. A esses números, que previsivelmente serão da marca Moderna, acresce os da Pfizer, cujo contrato foi prolongado até 2026. De recordar, que esse contrato negociado por mensagens pessoais (entretanto apagadas) entre o CEO da Pfizer e von der Leyen vinculou a União Europeia à compra de 1,1 mil milhões de doses à farmacêutica.

A União Europeia está a fazer um novo concurso para adquirir cerca de 150 milhões de doses de vacinas atualizadas de mRNA contra a variante dominante da Covid-19.

Esse processo acontece num momento em que a doença tem um impacto muito diminuto e os novos reforços estão a ter uma procura reduzida. Só no ano passado, pelo menos 215 milhões de doses foram desperdiçadas, o que correspondeu a um custo estimado de 4 bilhões de euros.

O concurso atual prevê 146 milhões de doses durante 24 meses e pode ser renovado duas vezes por mais 12 meses.

A Moderna é a expectável vencedora deste concurso. Isto porque o polémico contrato acordado, por mensagens de texto entretanto apagadas, entre von der Leyen e o CEO da Pfizer, foi renegociado até 2026, devido à encomenda inicial (1,1 mil milhões de doses) ter excedido largamente a procura.

Deste modo, ambas as empresas continuarão a dominar a distribuição na europa, desta vez com vacinas adaptadas às novas variantes.

O pagamento obrigatório pode cair

A diferença deste último concurso é que, desta vez, os países não deverão ser obrigados a pagar as doses que solicitarem.

Se essa informação se confirmar, poderão ser evitados contenciosos como os que opõem a Hungria e a Polónia à Pfizer. Esses países deixaram de pagar por não necessitarem de mais doses, o que levou a companhia a mover um processo contra ambos.

Fonte:

Europe has a new Covid jabs plan – POLITICO

Ver também:

Provedora da Justiça da UE pede transparência no caso de troca de mensagens entre Ursula von der Leyen e o CEO da Pfizer – The Blind Spot

CEO da Pfizer volta a recusar testemunhar sobre a negociação informal que levou aos mega-contratos com a  União Europeia – The Blind Spot

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