Michael Hulme, professor da Universidade de Cambridge, e ex-conselheiro da ONU e do governo britânico sobre alterações climáticas, avisa que o “climatismo”, uma visão simplista e alarmista defendida por ativistas e peritos, está a menorizar a ciência e, mesmo, a própria democracia. Para ele, esta visão reducionista pode mesmo pôr em causa o bem-estar humano, que supostamente justifica as “políticas climáticas”.
O cientista climático, Mike Hulme, que já fez parte do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas das Nações Unidas, mostrou-se preocupado pela forma como a agenda climática está a ser implementada.
Hulme reconhece que “existem modelos computacionais muito sofisticados e poderosos”, mas salienta que são reducionistas por não incluírem outras alterações no ambiente como “alterações na tecnologia médica, conflitos militares entre nações, pandemias, o surgimento da inteligência artificial e novos desenvolvimentos na nanotecnologia e na ciência dos materiais”.
Deste modo, esse reducionismo climático torna o clima “a sirene cada vez mais alta” e as alterações climáticas “o risco existencial número um”.
“Se estamos a viver uma emergência, temos de agir agora, ou seja, não há tempo”.
Para o investigador, isso conduz a um radicalismo que prejudica o debate democrático e a investigação científica porque “oferece, com um só golpe de espada, toda a confusão e complexidade e dá uma resposta unidimensional aos problemas de um mundo complexo”.
“Perversamente, pode levar rapidamente a minar alguns dos objetivos muito específicos do bem-estar humano que nos levaram a preocuparmo-nos com as alterações climáticas.”
Apesar de acreditar que o ser humano tem um papel significativo nas alterações climáticas, para Hulme a declaração de “emergência” está a impedir a liberdade de expressão e o discurso crítico necessários para a definição de políticas adequadas.
“Mesmo que concordemos que o fenómeno das alterações climáticas induzidas pelo homem é real, o que pensamos ser uma solução para ele irá variar radicalmente.”
Fonte:
Cambridge University Climate Scientist Denounces “Climate Emergency” As “Noble Lie” (substack.com)
Ver também:
Lobby na UE (1): 35 maiores lobistas têm a Ação Climática como prioridade – The Blind Spot
Investigação TBS: Alterações climáticas- Causa existencial, negócio bilionário ou pretexto para mudar o mundo? (assinantes)
Desde 2003 que não havia um início de ano com tanto gelo no Ártico – The Blind Spot
Grandes media ignoram estudo que revela crescimento de gelo na Antártida – The Blind Spot