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Parlamentares britânicos acusam regulador de omitir efeitos adversos de vacinas Covid

Um grupo parlamentar de todos os partidos acredita que o regulador de medicamentos britânico conhecia reações adversas das vacinas covid, nomeadamente, problemas cardíacos e de coagulação, mas não os divulgou durante meses. Denunciam igualmente que o próprio sistema de notificação do Reino Unido pode estar a subestimar os efeitos adversos de alguns medicamentos, ao ponto de poder detetar apenas um em cada 180 casos.

Um grupo parlamentar pediu uma investigação à MHRA, regulador britânico de medicamentos, acusando-a de não ter alertado para os efeitos secundários da vacina contra a Covid-19.

Segundo eles, a MHRA sabia dos problemas cardíacos e de coagulação ligados à vacina, mas não os divulgou. O grupo afirma que, “longe de proteger os doentes”, a entidade reguladora funciona de uma forma que “os coloca em sério risco”.

Apontam para o caso da vacina AstraZeneca, que foi suspensa em vários países europeus devido a receios de coagulação, em março de 2021, mas que, sobre a qual, a MHRA apenas publicou conselhos de segurança em 7 de abril, quando 24 milhões de pessoas já tinham sido vacinadas.

Também acusam o regulador de terem conhecimento de um “sinal” para os problemas cardíacos miocardite e pericardite em fevereiro de 2021, mas que apenas atualizaram as condições de segurança em junho do mesmo ano.

Mas os parlamentares vão mais longe e acusam:

“Na verdade, a MHRA licencia produtos médicos como seguros, sabendo que não possui os processos para monitorizar adequadamente os eventos adversos.”

“No caso das vacinas Covid-19, dada a tecnologia comparativamente nova e a velocidade recorde de produção, poderia a MHRA ter examinado adequadamente os dados de licenciamento ou conhecido a segurança de curto prazo?

Sub-notificação

O grupo alertou também para o facto de o sistema de notificação (Cartão Amarelo) subestimar de forma grosseira os efeitos adversos e, nalguns casos, detetar apenas um em cada 180.

Dão mesmo o exemplo de uma análise feita pelo Stockport NHS Foundation Trust que revelou que, no Noroeste de Inglaterra, 1.058 pessoas foram internadas no hospital com hemorragias gástricas causadas por medicamentos anticoagulantes em cinco anos, mas apenas seis notificações foram feitas durante esse período.

Nesse caso, a MHRA reconheceu que os anticoagulantes (licenciados) estavam a causar efeitos secundários perigosos em dois a cinco por cento dos doentes e que iria investigar por que razão.

O grupo expressou ainda preocupação com o financiamento da MHRA pela indústria farmacêutica e acusou a agência de ter mudado a sua atuação para ajudar a aprovar medicamentos.

Fonte:

Medicines regulator failed to flag Covid vaccine side effects and must be investigated, say MPs (telegraph.co.uk) (assinantes)

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