De acordo com as autoridades norte-americanas citadas pelos media, um dia quente em Nova Iorque, em que a temperatura atingiu os 32 graus, fez com que o tabuleiro giratório da Ponte da Terceira Avenida, que tem mais de 126 anos, dilatasse e ficasse preso. Os jornais falaram numa onda de calor, mas o The Blind Spot encontrou vários períodos históricos em que os termómetros subiram bastante mais, e durante mais tempo, ao longo de mais de um século – inclusive, em 1896, três anos antes de a ponte ser inaugurada, em que se registaram 41 graus centígrados.
As autoridades americanas culparam as altas temperaturas de verão, mas os termómetros marcavam apenas 32 graus em Nova Iorque. No passado dia 8, o tabuleiro giratório da ponte centenária que liga os bairros do Bronx e de Manhattan, a Third Avenue Bridge, dilatou e ficou preso, alegadamente devido ao calor intenso e anormal que se fazia sentir na cidade. Ao reportar o incidente, que congestionou o trânsito durante algumas horas, vários jornais nos Estados Unidos frisaram que aquele dia era um dos mais quentes do ano. E em junho, já davam conta da ocorrência de ondas de calor que assolavam Nova Iorque e outras regiões norte-americanas.
No entanto, desde que a ponte foi erigida, em 1898 – e até mesmo antes –, há registos de vários períodos em que Nova Iorque sofreu com temperaturas elevadas, e que superaram em muito a marca dos 32 graus. De facto, de acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos, aquela cidade americana viveu um calor extremo no longínquo ano de 1936, a 9 de julho, num dia em que se atingiram os 41 graus.
Além disso, houve ainda outras alturas, muito afastadas temporalmente, em que Nova Iorque chegou aos tórridos 40 graus: por ordem cronológica, nos dias 7 de agosto de 1918, 21 de julho de 1977 e 22 de julho de 2011. De resto, contam-se ainda outras datas em que os termómetros estiveram muito perto de atingir aquela temperatura, e, mais uma vez, com décadas de distância – a título de exemplo, a cidade superou os 39 graus a 26 de agosto de 1948, a 3 de julho de 1966 e a 9 de agosto a 2010.
Há até artigos na imprensa americana que lembraram, ainda em anos recentes, intensas ondas de calor do passado. Em julho de 2013, um artigo do New York Times recordava uma altura em que a cidade de Nova Iorque “assou durante 12 dias sufocantes” – no ano de 1953. É também conhecida a onda de calor de 10 dias que, cerca de seis décadas antes, havia matado quase 1.500 pessoas no pico do verão de 1896.
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