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O que é uma mulher? Direção-geral de Saúde não tem uma resposta

Há mais de um mês, foi lançado o polémico questionário online intitulado “Vamos falar de menstruação?”, onde a Direção-Geral da Saúde (DGS) apelava à participação de todas as “pessoas que menstruam”, deixando implícito que nem só as mulheres podem menstruar. Na altura, o The Blind Spot tentou obter da DGS uma justificação para o uso dessa expressão, e um esclarecimento sobre qual é a sua definição de “mulher” enquanto autoridade de Saúde. Apesar da promessa de resposta, e das nossas insistências, a entidade liderada por Rita Sá Machado optou pelo silêncio sobre esta (aparentemente) simples questão. 

Como é que a Direção-geral da Saúde (DGS) define uma mulher? Deveria ser uma pergunta simples de responder, mas, aparentemente, não é. No início do mês passado, a DGS lançou um questionário online sobre saúde menstrual intitulado “Vamos falar de menstruação?”, que gerou polémica nas redes sociais por ter apelado à participação de todas as “pessoas que menstruam”, em vez de se dirigir exclusivamente ao sexo feminino. 

Muitos internautas mostraram-se indignados pela utilização do termo ‘neutro’ “pessoas” em vez de “mulheres”, por ter ficado então implícito que, para aquela autoridade de Saúde nacional, é possível que alguém não seja biologicamente uma mulher e tenha menstruação. 

Nessa altura, o The Blind Spot questionou a entidade liderada por Rita Sá Machado sobre o porquê da expressão utilizada, e tentou saber também, além das mulheres, que outras “pessoas” considera a Direção-geral da Saúde que podem menstruar – mas apenas “obteve” silêncio.

O que é uma mulher? 

Não tendo conseguido qualquer resposta, o The Blind Spot perguntou, especificamente, como é que a DGS definia uma “mulher”, enquanto autoridade de Saúde, e se considerava que alguém com os cromossomas XY poderia pertencer ao sexo feminino. 

No entanto, após insistentes tentativas de contacto ao longo de mais de um mês, e às quais eram prometidas respostas, a DGS quis remeter-se ao silêncio perante todas estas questões. 

No final do mês passado, depois de uma ‘avalanche’ de críticas, o Partido Social-Democrata deu eco ao que interpretou como uma “forte contestação e polémica junto da sociedade civil” espoletada pela campanha da Direção-geral da Saúde. Na Assembleia da República, a bancada parlamentar do PSD pediu até esclarecimentos à ministra da Saúde, no sentido de saber se Ana Paula Martins tinha conhecido previamente o questionário e autorizado uso da expressão “pessoas que menstruam”. Também nessa altura, a DGS recusou fazer qualquer comentário. 

Ver também:

Transleaks: Práticas pseudocientíficas e graves violações éticas pela maior referência em “medicina de género” – The Blind Spot

Editorial – A DGC (antiga DGS) – The Blind Spot

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