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Operação Maré Negra: O Desastre da BP em 2010

O incidente do derrame de petróleo no Golfo do México é rotulado como um “evento histórico”, tendo revelado conexões governamentais, eventos fatais, depoimentos contraditórios e uma enorme rede de interesses. Durante a investigação, foram levantadas algumas suspeitas devido à actividade bolsista em torno da British Petroleum, desde alienação de acções, aquisições empresariais e seguros accionados. Em paralelo, calcula-se que muitas empresas petrolíferas estão a adoptar a exigida “transição energética”, devido às pressões de fundos de investimento e das ESGs, ou seja, os objectivos da Agenda 2030 (Paraskova, 2021).

Contexto da Pré-crise

O Daily Telegraph noticiou que Tony Hayward alienou cerca de um terço das suas acções na BP um mês antes da explosão da plataforma Deepwater Horizon (Swaine, 2010).

Coincidência ou não, ocorreu uma substancial alienação de acções e títulos nas semanas e dias precedentes ao incidente. A Goldman Sachs cedeu 44% das suas acções da BP durante o primeiro trimestre, as quais, subsequentemente, perderam 36% do seu valor, totalizando 96 milhões de dólares (Byrne, 2010). A 12 de Abril, pouco mais de uma semana antes da explosão da plataforma Deepwater Horizon, a Halliburton, a segunda maior empresa de serviços para campos petrolíferos do mundo, surpreendeu alguns observadores ao adquirir a Boots & Coots, considerada como a maior empresa de limpeza de petróleo do mundo (Rocheleau, 2010). Subsequentemente, os lucros da Halliburton aumentaram 83% em apenas 3 meses após a crise de petróleo no Golfo, resultado dos esforços de limpeza (BBC, 2010).

Entre 22 e 24 de Março, realizaram-se diversos simulacros (FEMA, 2010) envolvendo um derrame de petróleo. O “Spills Of National Significance” foi um simulacro realizado pelo DHS e pela Guarda Costeira. Os Conselhos de Administração das Bolsas de Valores Eurex e o Conselho Executivo da Eurex Clearing AG da Alemanha decidiram, a 14 de abril de 2010, introduzir uma opção de compra de acções da Transocean Ltd, com efeitos no dia da explosão, 20 de abril de 2010. Desta forma, concedeu aos operadores internos um dia inteiro para se desfazerem das suas acções “não seguradas” da Transocean ao preço mais elevado possível. (Reitz, 2010) Diversas testemunhas, nos seus depoimentos, indicaram que foram detectadas fissuras no revestimento da broca duas semanas antes do desastre (Report, 2010).

Figura 1- Circular Eurex

O relatório de testemunho preparado pela BP (BP, 2010) que, entretanto, se tornou público na Internet, também menciona de forma intrigante que o Sistema de Controlo Hidráulico do equipamento, projectado para selar automaticamente o poço em caso de emergência, foi modificado sem o seu conhecimento algum tempo antes da explosão. Quase todos os relatórios de investigação após os desastres da BP revelaram que a empresa não dispunha praticamente de qualquer sistema de prevenção e negligenciava os avisos de protecção e segurança (Daniel de Wolf, 2013).

Dispersante Corexit

Para as relações públicas foi um pesadelo o avistamento de todo o petróleo à superfície, assim, a adopção do dispersante Corexit visou empurrar o óleo para as colunas de água e misturá-lo com a água, dando a aparência de uma limpeza efectiva do Golfo. Apuramos que foi uma decisão precipitada, porque a jusante, a comunidade científica revelou os malefícios do dispersante, indicando que este é mais prejudicial quando diluído com petróleo. Especialmente porque existem no mercado produtos aprovados pela EPA (Environmental Protection Agency) que são supostamente mais eficazes do que o Corexit, como o Dispersit, o Sea Brat #4 e o Saf-ron Gold (DuBois, 2010). A toxicologista Susan Shaw afirmou que Corexit imbuído em óleo torna-se mais tóxico do que qualquer um deles isoladamente. Os dispersantes quebram as membranas lipídicas das células, pelo que, o petróleo entra mais facilmente na pele e nos órgãos. O petróleo e os dispersantes danificam os mesmos órgãos, sistema nervoso, respiratório, imunitário, endócrino, sangue, fígado e rins. Os óleos (HAP, hidrocarbonetos policíclicos, solventes), revelam toxicidade para todos os órgãos, e alguns são carcinogénicos. Corexit 9500, solventes de petróleo, tensioactivos, detergentes, metais. O arsénio e o crómio são cancerígenos, provocam mutações e defeitos de nascença (Shaw, 2010).

“Os dispersantes são produtos especialmente concebidos para derrames de petróleo, compostos por tensioactivos detergentes em solventes de baixa toxicidade. Os dispersantes não removem o petróleo da água, mas quebram a mancha de óleo em pequenas gotículas.” (CDC, 2010)

Segundo a opinião de Jane Menta, há uma multitude de personalidades envolvidas no dispersante Corexit, passo a enumerar: Warren Buffett, Maurice Strong, Al Gore, George Soros, Apollo, Blackstone, Goldman Sachs e Hathaway Berkshire (Menta, 2010).

Imagem 1 – Pulverização de Dispersante

Conclusão

Apesar de todo o espalhafato mediático, em termos de efeitos de arrastamento, não encontramos provas de danos à reputação ou de um declínio nos retornos do mercado de acções para outras empresas de petróleo e gás. Estas conclusões sugerem que, embora os acidentes ambientais acarretem sanções rápidas e duradouras em termos de reputação, podem não deprimir o desempenho do mercado de acções a longo prazo (William McGuire, 2022).

Figura 2 – Rendimento do Mercado BP em %
Figura 3 – Reputação da BP

(para um gráfico detalhado veja o anexo “Rendimento do Mercado BP em %” e “Pontuação da Reputação BP”)

O caso da BP é paradigmático pois envolveu uma multinacional, cativou a atenção mediática global, a própria organização assumiu o mea culpa, pagando algumas indemnizações. Todavia, como já referimos, a empresa rapidamente ascendeu e superou os resultados financeiros.

Para concluir, classificaríamos o derrame de petróleo como um pseudoevento (criado pelos grandes interesses financeiros), ou seja, para ter cobertura mediática e permitir no plano de fundo uma alteração económica, jurídica e social no que concerne aos combustíveis fósseis.

No modelo BANI, a apologia da “mudança sistémica global e climática” serve o propósito de dar cada vez mais poder a organizações supranacionais, retirando a soberania ao povo, importando modelos de governo empresarial à distância, sem ter em conta o real sentir dos trabalhadores, colaboradores, recursos humanos, etecetera. Podemos exemplificar com o impacto nas empresas da adopção do Tratado Pandémico da Organização Mundial de Saúde (Europeia, 2024).

O espírito da Agenda 2030 está a ser imposto sem referendo popular, muito pelo contrário, há todo o interesse que insidiosamente ela seja acolhida. Esta agenda altamente codificada é nos apresentada sem um “manual de instruções”. Ainda, a Organização das Nações Unidas, entidade responsável pela implementação da Agenda 2030, está a ser altamente criticada por “normalização da pedofilia” (Few, 2023). Às empresas, é-lhes imposto uma actuação inspirada nos 17 objectivos “sustentáveis”, como a ideologia de género, “alterações climáticas”, multiculturalismo, transição energética, vegetarianismo e inteligência artificial. O sentido de um mundo “global”, obriga a importação de uma nova cultura de trabalho, assente na abertura das fronteiras, permitindo um fluxo migratório constante, política criticável pelo peso financeiro que irá castigar (através dos impostos) os nativos (Murdock, 2024). Outro contributo para esta reformulação laboral consiste na concretização da semana de quatro dias e o rendimento básico universal. Em paralelo, o modelo BANI visa incrementar a “economia verde” no sector empresarial, relacionado com o ambiente. A IPCC (Painel Intergovernamental das Nações Unidas) pretende inserir no contexto económico uma adopção da transição energética, impostos sobre as emissões de carbono, taxar a agricultura e a agro-pecuária e circulação de carros eléctricos. Ora, Rui Gonçalo Moura, climatologista português, numa entrevista ao Expresso apelida a IPCC de um painel de burocratas, sem qualquer conhecimento científico da causa (Expresso, 2009).

Em súmula, o modelo BANI foi imposto ao mundo corporativo, de uma forma perversa, apropriando os seus princípios para os subverter, passando o anormal a designar-se de “novo normal”, conceito retirado do Modelo da Delloite referente à crise e resiliência (Pedro Ramos, 2022).

Figura 8 – Modelo Crise e Resiliência Delloite

Uma crise não reside na sua realidade, mas na sua percepção (Daniel de Wolf, 2013).

Leia o artigo completo aqui.

Obras Citadas

BBC. (2010). Halliburton profits up despite oil spill. BBC News, 1. Obtido de https://www.bbc.com/news/business-10688301

BP. (2010). Deepwater Horizon Accident Investigation Report. Gulf of Mexico: Unknown. Obtido de https://www.bp.com/content/dam/bp/business-sites/en/global/corporate/pdfs/sustainability/issue-briefings/deepwater-horizon-accident-investigation-report.pdf

Byrne, J. (2010). Goldman Sachs sold $250 million of BP stock before spill. Raw Story, 1. Obtido de https://www.rawstory.com/2010/06/month-oil-spill-goldman-sachs-sold-250-million-bp-stock/

CDC. (2010). Oil Spill Dispersant (COREXIT ®EC9500A and EC9527A). Gulf of Mexico: CDC. Obtido de https://www.cdc.gov/nceh/oil_spill/docs/Oil%20Spill%20Dispersant.pdf

Daniel de Wolf, M. M. (15 de Março de 2013). Crisis Communication Failures: The BP Case Study. Crisis Communication Failures: The BP Case Study, p. 25. Obtido de https://www.researchgate.net/publication/289460582_Crisis_communication_failures_The_BP_Case_Study

DuBois, S. (2010). Who is Nalco? CNN Money, 1. Obtido de https://money.cnn.com/2010/06/14/news/companies/nalco_macondo_bp_spill.fortune/index.htm

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Expresso (Realizador). (2009). Rui Gonçalo Moura – ClimateGate [Filme]. Obtido de https://youtu.be/n6c8gyAUHUQ

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Menta, J. (2010). Follow the Money: Rig-Gate Exposed! Rig-A-Boom! Bay of Rigs! The Post & Email, 1. Obtido de https://www.thepostemail.com/2010/06/06/follow-the-money-rig-gate-exposed-rig-a-boom-bay-of-rigs/

Murdock, D. (2024). Open Borders Are Forcing Taxpayers To Open Their Wallets. Daily Caller, 1. Obtido de https://dailycaller.com/2024/01/21/opinion-open-borders-are-forcing-taxpayers-to-open-their-wallets-deroy-murdock/

Paraskova, T. (2021). Why Are Investors Turning Their Backs On Fossil Fuel Projects? Oil Price, 1. Obtido de https://oilprice.com/Energy/Energy-General/Why-Are-Investors-Turning-Their-Backs-On-Fossil-Fuel-Projects.html

Pedro Ramos, V. R. (2022). Gestão de Empresas com Pessoas a Bordo. Coimbra: Editora D’Ideias.

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Rocheleau, M. (2010). As oil firms grow, response may slow to crises like Gulf oil spill. The Christian Science Monitor, 1. Obtido de https://www.csmonitor.com/USA/2010/0618/As-oil-firms-grow-response-may-slow-to-crises-like-Gulf-oil-spill

Shaw, S. (Realizador). (2010). The oil spill’s toxic trade-off [Filme]. Obtido de https://www.ted.com/talks/susan_shaw_the_oil_spill_s_toxic_trade_off/transcript

Swaine, J. (2010). BP chief Tony Hayward sold shares weeks before oil spill. The Telegraph, 1. Obtido de https://www.telegraph.co.uk/finance/newsbysector/energy/oilandgas/7804922/BP-chief-Tony-Hayward-sold-shares-weeks-before-oil-spill.html

William McGuire, E. A. (2022). Penalties for industrial accidents: The impact of the Deepwater Horizon accident on BP’s reputation and stock market returns. Journal Plos, 1. Obtido de https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0268743

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