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Presidente da Roménia demite-se após ter apoiado anulação de eleições por alegada interferência externa

Na véspera de uma segunda volta e com sondagens que antecipavam a sua vitória, o candidato Calin Georgescu – crítico da NATO e de algumas políticas da Comissão Europeia – viu a primeira volta, em que tinha ficado em primeiro lugar, anulada pelo Tribunal Constitucional da Roménia. A justificação foi uma alegada interferência russa, através de uma campanha do TikTok; uma acusação negada pela rede social, e que motivou críticas generalizadas, inclusive, por adversários políticos de Georgescu. Agora, com a ameaça de uma destituição, o presidente Klaus Iohannis, que defendeu a invalidação das eleições e que se manteve no cargo após o fim do seu mandato, apresentou a sua demissão. 

Face a um crescente descontentamento popular e um processo de destituição iminente no Parlamento da Roménia, o actual presidente do país, Klaus Iohannis, anunciou a sua demissão esta segunda-feira.  

“Para poupar a Roménia desta crise, renuncio ao cargo de presidente da Roménia”, afirmou ontem Iohannis, que abandona a presidência já esta quarta-feira, dia 12. 

No cargo desde 2014, Iohannis deveria ter cessado funções em Dezembro passado, mas decidiu continuar depois de as eleições presidenciais de Novembro terem sido anuladas pelo Tribunal Constitucional dois dias antes da segunda volta (que seria a 8 de Dezembro), por suspeitas de interferência russa – alegações que, na altura, o Kremlin negou. 

No mês passado, três partidos da oposição – que controlam cerca de um terço do Parlamento – apresentaram uma moção de destituição do presidente.  

A decisão de Iohannis foi aplaudida pela oposição, incluindo por Calin Georgescu, o ‘improvável’ vencedor das presidenciais, que obteve quase 23% da votação na primeira volta.  

Na rede social X, o candidato reagiu ao anúncio esta segunda-feira, dizendo que a demissão era uma “vitória para o povo da Roménia”, e apelando ao regresso do “estado de Direito” e a que se prosseguisse com a segunda volta das presidenciais. 

Em Dezembro, a Comissão Europeia abriu uma investigação à actuação do TikTok, por considerar que a rede social poderá ter beneficiado Georgescu na sua campanha eleitoral; apesar de a empresa tecnológica ter refutado as acusações. 

Certo é que, desde que as eleições foram invalidadas pelo Tribunal Constitucional da Roménia, a popularidade do candidato presidencial quase duplicou.  

Calin Georgescu assume-se como ‘antiglobalista’, sendo crítico da União Europeia, da NATO e do apoio à Ucrânia. Devido a estas e a outras posições polémicas, é, com frequência, considerado de “extrema-direita”. 

Novo calendário eleitoral 

Uma nova primeira volta das eleições foi marcada para o próximo dia 4 de Maio, com a segunda volta a ter lugar duas semanas depois, no dia 18 – se nenhum candidato alcançar uma maioria com mais de 50% dos votos. 

Agora, com poderes limitados, é Ilie Bolojan, líder do Partido Liberal (que faz parte da coligação de Governo) quem substituirá Iohannis até às eleições. 

Fontes 

Romanian President Resigns Ahead of Impeachment Bid, Election Rerun | The Epoch Times

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