Apesar de grande cobertura mediática dos fogos e da sua ligação às alterações climáticas, a Europa regista, em 2023, a menor área ardida, pelo menos desde 2012. Os dados são fornecidos pelo Centro Comum de Investigação (CCI) da Comissão Europeia. Já em 2022, o número de fogos na Europa foi significativamente inferior em relação à média dos últimos dez anos.
De acordo com os dados do CCI, entidade que tem como missão fornecer evidência científica independente que suporte as políticas da UE, 2023 está a ser, até ao momento, o ano com menos área ardida desde, pelo menos, o ano de 2012.
Fonte: GWIS – Statistics Portal (europa.eu)
Já em 2020, a área ardida foi significativamente inferior à média dos últimos anos.
Fonte: GWIS – Statistics Portal (europa.eu)
Diferenças entre continentes
Em relação a outros continentes, em 2023, a Ásia e a Oceania registam áreas ardidas semelhantes à média de anos anteriores, as Américas apresentam uma área ardida ligeiramente superior e África uma área ardida ligeiramente inferior.
O Global Wildfire Information System
O Global Wildfire Information System (GWIS) reúne as fontes de informação existentes a nível regional e nacional. O desenvolvimento do GWIS é suportado pelas organizações parceiras e agências espaciais com o apoio da NASA.
Notas finais
Apesar da constante associação dos incêndios às alterações climáticas, existem inúmeros outros fatores, estruturais ou conjunturais, que podem justificar o seu aumento ou diminuição.
A maioria da comunicação social, e inúmeras outras entidades, divulgam com frequência informações pouco fidedignas ou descontextualizadas, o que ajuda a reforçar uma dada narrativa pré-estabelecida. Isso contribui para uma percepção distorcida da realidade que pode levar os cidadãos a tomarem decisões erradas e os deixa vulneráveis a manipulações movidas por interesses políticos ou financeiros.
Fonte: PÚBLICO
A título de exemplo, a Euronews optou por, apesar de se referir à Europa, publicar apenas dados de fogos na União Europeia com o recurso a peritos nacionais e que apontam para um aumento nessa região específica, em vez de (ou também) divulgar as estatísticas do CCI/GWIS, que resultam de várias parcerias e abrangem todo o continente europeu.
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