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Estudo Nature: 85 anos de crescimento e estabilidade dos glaciares na Antártida Oriental

A análise de centenas de fotografias capturadas numa expedição aérea em 1936, permitiu dar uma perspectiva de longo prazo da dinâmica glaciar da Antártida Oriental. Os investigadores concluíram que, durante os últimos 85 anos, os glaciares analisados aumentaram ou mantiveram a sua extensão. Também os registos de temperatura mostram que não existem variações significativas na temperatura média anual ou sazonal nessa região, desde 1950.

O artigo “Fotografias antigas de expedição aérea revelam 85 anos de crescimento e estabilidade dos glaciares na Antártida Oriental” procurou identificar alterações de longo prazo dos glaciares na Antártida Oriental.

Para tal, foi usada uma combinação de fotografias aéreas do início do século XX com dados modernos de satélite, o que permitiu medições precisas dessas mudanças.

Principais conclusões

A principal conclusão dos autores, e que está plasmada no título do artigo, foi a de que desde o início do século XX que vários glaciares na Antártida Oriental, apesar de inúmeras variações, apresentam crescimento ou estabilidade.

Esse aumento de massa dos glaciares (em Kemp e Mac Robertson Land e ao longo da Costa Ingrid Christensen) durante os últimos 85 anos, atenuou parte da perda de massa mais recente das bacias marinhas na Antártida Oriental e do manto de gelo da Antártida Ocidental.

Os glaciares oscilaram entre avanços e recuos frontais de distâncias variáveis (<0,1 km a 13,5 km) e intervalos (3-50 anos). Sendo que, os fenómenos mais notórios foram: (1) o avanço de 13,5 km do glaciar Mulebreen, desde a década de 1980, e (2) o recuo de 3,5 km do glaciar Jelbart em relação à sua posição de 1937.

De um modo geral, não se registaram tendências significativas na temperatura média anual ou sazonal do ar na Antárctida Oriental desde a década de 1950, e a temperatura média do ar no verão austral (de dezembro a fevereiro) das estações em todas as regiões raramente excedeu os 0 °C (Fig. 4C).

Segundo os investigadores, as previsões apontam mesmo para o aumento de gelo nessa região:

“Prevê-se que esta tendência de acumulação positiva e este balanço de massa positivo persistam, uma vez que se espera que a queda de neve aumente em todo o EAIS (manto de gelo do Antártico Oriental) no próximo século, e os estudos de modelização do manto de gelo projetam estimativas positivas do balanço de massa nas três sub-regiões em todos os cenários futuros de RCP (concentração de gases de efeito de estufa).”

Fonte:

Early aerial expedition photos reveal 85 years of glacier growth and stability in East Antarctica | Nature Communications

Ver também:

Desde 2003 que não havia um início de ano com tanto gelo no Ártico – The Blind Spot

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