A Organização do Open Austrália evoca o regulamento do torneio para explicar a proibição do uso pelos espetadores de uma t-shirt com uma mensagem que questiona a localização de Peng Shuai. Os organizadores declaram que não são permitidos “slogans políticos”.
No passado domingo, dois espetadores do Open Austrália foram chamados à atenção pelos seguranças do torneio por estarem vestidos com uma t-shirt de apoio a Peng Shuai, em que através de uma mensagem escrita nas camisolas questionam – “Onde está Peng Shuai?”.
A ausência da tenista chinesa no ‘Grand Slam’ causou estranheza aos espetadores que apresentaram o seu apoio, não só através da t-shirt, mas também de um cartaz.
O segurança solicitou aos espetadores que cobrissem as faixas e as t-shirts de apoio e adiantou que não eram permitidos “slogans políticos”.
“Não permitimos roupa, cartazes ou símbolos comerciais ou políticos. […] A segurança de Peng Shuai é a nossa preocupação primordial. Continuamos a trabalhar com a WTA [Associação de Ténis Feminino] e com a comunidade do ténis para procurar uma maior clareza sobre a sua situação e faremos tudo o que pudermos para garantir o seu bem-estar”, explicaram os organizadores, em comunicado, segundo a agência Lusa.
Alteração da decisão
O diretor do Open Austrália, Craig Tiley, avançou esta terça-feira que será permitido aos espetadores do torneio usarem t-shirts de apoio à tenista chinesa Peng Shuai, desde que não se comportem de forma hostil.
“Sim, desde que não entrem como uma multidão hostil para causar problemas, mas sejam pacíficos”, disse Tiley, acrescentando que os seguranças iriam avaliar as situações caso a caso.
Peng Shuai, de 35 anos, partilhou no início de novembro de 2021, numa publicação que foi retirada imediatamente da rede social chinesa Weibo, ter sido abusada sexualmente pelo ex-vice-primeiro-ministro do Partido Comunista Chinês, Zhang Gaoli.
Após a publicação polémica contra uma figura política proeminente do partido comunista no poder na China, a atleta pareceu desaparecer durante várias semanas.Apesar de ter reaparecido a 21 de novembro de 2021 num restaurante e de ter negado as acusações, falando em “mal-entendidos”, a WTA levanta dúvidas quanto à liberdade da atleta.