Uma revisão sistemática com meta-análise levada a cabo por investigadores da Universidade Johns Hopkins, uma das mais respeitadas dos EUA, conclui que os lockdowns não tiveram efeitos significativos na mortalidade, na Europa e nos Estados Unidos da América.
O objetivo principal desta revisão sistemática e meta-análise foi determinar se existe fundamento para a ideia de que os “lockdowns” reduzem a mortalidade Covid-19.
Para tal, os investigadores consideraram a imposição de pelo menos uma intervenção obrigatória e não farmacêutica (INF). As INFs são mandatos governamentais que restringem diretamente as possibilidades dos povos, tais como políticas que limitam o movimento interno, fecham escolas e empresas e proíbem viagens internacionais.
A revisão identificou 18.590 estudos com potencial para abordar a crença colocada. Após três níveis de triagem, 34 foram classificados em segundo plano.
Foram separados em três grupos: estudos de índices de rigor de lockdown, estudos de confinamento obrigatório e estudos específicos de INFs.
Uma análise de cada um destes três grupos apoia a conclusão de que os lockdowns tiveram pouco ou nenhum efeito sobre a mortalidade Covid-19.
Resultados
Os estudos do índice de stringency constatam que os bloqueios na Europa e nos Estados Unidos apenas reduziram a mortalidade Covid-19 em 0,2% em média.
Os confinamentos também foram ineficazes, reduzindo apenas a mortalidade Covid-19 em 2,9% em média.
Estudos específicos de INFs também não encontram evidências significativas de efeitos visíveis na mortalidade Covid-19.
Conclusões
Os autores salientam que:
“Embora esta meta-análise conclua que os bloqueios não tiveram efeitos para a saúde pública, impuseram enormes custos económicos e sociais onde foram adotados.”
Entre eles salientam “a redução da atividade económica, o aumento do desemprego, a redução da escolaridade, a agitação política, a contribuição para a violência doméstica e o minar da democracia liberal.”
Refletindo sobre a comparação desses custos com os benefícios, que, segundo este estudo, serão, na melhor das hipóteses, residuais os autores chegam à “conclusão forte” de que:
“Os bloqueios devem ser excluídos logo à partida como um instrumento de política pandémica.”