O Secretário de Estado da Saúde do Reino Unido afirmou que a política Covid- Zero foi um desastre e distancia-se das políticas levadas a cabo no seu país e na generalidade dos países europeus.
Numa entrevista dada ao UnHerd, Sajid Javid aborda a estratégia de luta à Covid-19 e salienta que o abandono das medidas mais restritivas colocou o seu país numa melhor posição.
Testagem à Covid-19
Sajid Javid, secretário de Estado da Saúde britânico, começou por dizer que a sociedade chegou a uma fase em que os testes devem ser bastante mais restringidos, tal como acontece com outras doenças.
“Não temos testes universais para mais nada e é certo que estamos agora numa fase onde podemos focar nos testes, naqueles que realmente beneficiam dele e precisam mais dele, as pessoas em cenários vulneráveis, como lares de cuidados, ou hospitais, pessoas que trabalham nesses ambientes vulneráveis, e também aqueles que podem precisar de testes, se fossem sintomáticos, para beneficiar dos excelentes novos fármacos que temos para tratar da Covid-19”.
Restrições à liberdade
O secretário de Estado da Saúde repetiu a ideia de que devem ser evitadas ao máximo as restrições que limitam a liberdade.
“Eu acho que para qualquer Governo, um Governo democrático como nós orgulhosamente somos, se vai impor restrições e tirar a liberdade às pessoas, é preciso ter muito cuidado com isso”.
“O que posso dizer é que não haverá nenhuma reação não elaborada para restringir a liberdade das pessoas.”
Confiança nas soluções farmacológicas
Para o governante, as vacinas e os tratamentos são as respostas adequadas para a Covid-19.
“A reação deste governo vai estar absolutamente focada nas defesas farmacológicas, as coisas que fazem sentido num público que responde à ciência e à evidência.”
Fecho de escolas
Sajid Javid junta-se ao Secretário de Educação britânico ao sugerir que o fecho das escolas, da forma como foi feita, foi um erro.
“A última coisa que devia ter fechado era a escola, por causa do impacto a longo prazo nas pessoas. Enquanto sociedade, precisamos de aprender sobre o impacto deste vírus ao invés de só tentar parar o surto do mesmo”.
Impacto das medidas na saúde
Passando da educação para a saúde, realçou o aumento de casos de pessoas com problemas de saúde mental e ainda os problemas no Serviço Nacional de Saúde (NHS).
“Se eu aprofundar o caso no meu departamento, há um grande número de casos de pessoas com problemas de saúde mental, principalmente os jovens. Além disso, também há imensos casos de cancro não diagnosticados porque as pessoas não recorreram ao NHS devido a acharem, justamente, que só se focavam em problemas relacionados com a Covid-19”.
“Há muitos impactos a longo prazo nisto e acho que ainda não entendemos e digerimos isso enquanto sociedade, temos de ser conscientes”.
Especialistas e modelos exageradamente pessimistas
Quando questionado se havia uma inclinação dos cientistas que aconselham o governo para apresentarem sempre o pior cenário possível, concordou em parte com essa ideia e afirmou recorrer a cientistas internacionais para obter outras perspetivas.
“Eu acho que para alguns cientistas, sim. Acho que está certo. E é por isso que eu acho que era importante, especialmente para alguém na minha posição, obter uma opinião ampla.”
“Por isso, enquanto eu recebia conselhos de cientistas, eu também estava a procurar conselhos de pessoas não relacionadas com o governo e até pessoas fora do Reino Unido, como cientistas franceses, alemães, americanos e outros.”
Covid-Zero
O Secretário de Estado da Saúde não se acanhou quando questionado sobre o que faria se lhe fosse apresentado um modelo Covid-Zero como solução para a pandemia, relembrando a situação na China e Hong Kong.
“Não se pode ter uma abordagem livre de riscos. Veja-se o que aconteceu na China e em Hong Kong, onde a política Covid- Zero tem sido um desastre absoluto.”
Origem da pandemia
No que diz respeito à causa do surto do vírus e da pandemia global, Sajid Javid confessa que poderemos nunca vir a saber a verdadeira razão e/ou causa e lança farpas à China.
“Para ser honesto, acho que nunca saberemos realmente, porque isso implicava termos todos os factos e informação completa e para tal é preciso que a China partilhe isso com a OMS.”
Vacinação como uma decisão pessoal
Por fim, quando abordado sobre a vacinação e os riscos já comprovados que a mesma também apresenta, Sajid Javid relembrou que o julgamento para tomar a vacina deve ser realizado por qualquer pessoa, à exceção das crianças.
“As vacinas devem ser como qualquer medicamento. Deve ter informação completa e transparente para todos os indivíduos. E, em seguida, eles fazem o seu próprio julgamento com base nisso e potencialmente os riscos de uma vacina contra os riscos de não tomar a vacina.”
“Para as crianças, deve ser um julgamento para os seus pais.”
