Um estudo publicado no jornal científico BMJ, que incluiu 599 314 crianças, analisou o impacto dos mandatos de uso obrigatório de máscaras nas escolas da Catalunha. Concluiu não ter existido qualquer associação entre essa obrigatoriedade e a incidência ou a transmissão de Covid.
A investigação teve como objetivo avaliar a eficácia do uso obrigatório de máscaras nas escolas. Como na Catalunha, no ano letivo 2021-2022, era obrigatório o uso de máscara na primária (6 anos) mas não no jardim de infância (5 anos), foi possível comparar os dois grupos.
A incidência SARS-CoV-2 foi significativamente mais baixa no pré-escolar do que no ensino primário. Por outro lado, observou-se uma tendência dependente da idade.
Os autores concluíram:
“A utilização obrigatória de máscaras de cobertura facial nas escolas não foi associada a uma menor incidência ou transmissão de SARS-CoV-2, sugerindo que esta intervenção não era eficaz.”
“Por outro lado, descobrimos que a idade é uma componente fundamental que explica a transmissão em crianças.”
Deste modo, os autores associam o aumento de infeções, não à maior utilização de máscaras, mas à idade superior.
Primeiro estudo de alto nível de evidência
Apesar desta medida ter sido aplicada na maioria dos países europeus, não existiam estudos de alto nível de evidência que a suportem.
“Apenas foram realizados estudos laboratoriais ou observacionais para explorar o efeito da cobertura facial das máscaras ou o seu mandato na prevenção da transmissão do COVID-19 nas escolas.”
Este é o primeiro estudo publicado sobre o efeito da obrigatoriedade de máscaras na
escola com um alto nível de evidência logo abaixo dos RCTs (difíceis de realizar neste contexto), que, na generalidade, também apontam para a sua pouca, ou nenhuma, eficácia contra vírus respiratórios.
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