Espantosas (co)incidĆŖncias sobre a saĆŗde dos povos

ByBruno Monarca

17 de Fevereiro, 2023 ,

Proponho o seguinte exercĆ­cio de imaginação coletiva- pensem que de repente a revisĆ£o constitucional que estĆ” em marcha no nosso paĆ­sĀ  um pouco ncompreensĆ­velmente atabalhoada e atĆ© diria sem grande pertinĆŖncia, que mereceu jĆ” duras crĆ­ticas por parte de diversos intervenientes do espaƧo mediĆ”tico e motivou inclusive uma queixa crime por parte de um grupo de cidadĆ£os, nos quais eu me incluo, fizesse parte de um processo bem mais lato, distópico, complexo e pĆ©rfidoĀ  de perda de liberdades e autonomia por parte de entidades locais e regionais, em prol do surgir paulatino mas firme e consistente, de uma entidade supra hierĆ”rquica de nome OMS, que perante uma hipotĆ©tica situação anómala e extraordinĆ”ria pandĆ©mica, próxima do que vi(ve)mos hĆ” pouco tempo, chamasse a si o (b)ónus e atĆ© a responsabilidade de (co)ordenar massivamente uma resposta global, Ć  revelia de qualquer estado soberano, ou de qualquer prerrogativa ou opiniĆ£o contrĆ”rias ao entendimento e diretivas potencialmente hegemĆ“nicas e totalitĆ”rias desta pertenƧa autoridade, como jĆ” se ensaiou no passado recente? E se de repente e dando asas Ć  nossa imaginação, essa normativa transversal e homogĆ©nea coercivamente, obrigasse todos os paĆ­ses a adotarem medidas, mesmo aquelas mais insensatas e despropositadas tais como: lockdowns forƧados, monitorização de todos os passos dos cidadĆ£os num determinado perĆ­metro ou Ć”rea para contenção do suposto risco atravĆ©s de aplicativos e check points, adopção de testagens massivas na população, e claro vacinação obrigatória e regular com recursos a terapias genĆ©ticas e mRNas, criando cobaias involuntĆ”rias para conter a ā€œameaƧaā€ independentemente dos seus lĆ­deres eleitos e suas populaƧƵes terem funda(ment)adas dĆŗvidas e reservas quanto aos resultados, eficĆ”cia ou atĆ© seguranƧa destas indicaƧƵes, como ocorreu na SuĆ©cia no passado recente, em que esta nĆ£o afinou pelo mesmo diapasĆ£o dos demais.

E se ambas as situaƧƵes aqui descritas fossem parte integrante da mesma moeda (de troca) perniciosa entre seguranƧa e liberdade, dois rostos da mesma estratĆ©gia opressora, opostos, mas simultaneamente componentes intrinsecas de um só objecto como a cara e a coroa delimitadas entte si por um corpo comum e por uma ā€œbarreiraā€, parecem dar a percepção errada de serem opostos. Anverso e reverso, um operando na sombra e envolvendo todos os demais paĆ­ses, o outro menos subreptĆ­cio, mais localizado, mas ainda assim, encobrindo as suas reais motivaƧƵes com uma capa de boas intenƧƵes.

Ficção, teorias conspiracionistas, exagero, chalupismo?

Pensem outra vez, pois a julgar pelas inúmeras reuniões que têm vindo a ter lugar nos últimos meses com o objectivo de desenvolver uma solução transversal e única um pouco por todo o globo, sem que seja dada nota nos órgãos de comunicação social, pelo menos nos meios de maior difusão, dessa mesma dinâmica e intenção (senão uma tímida e fugaz nota de rodapé no site oficial da OMS quando ocorridas as reuniões), parece mesmo ser o caso.

Se a juntar ao timing das duas situações entendermos e analisarmos o teor e conteúdo dos pontos de mudança de revisão sugerida sobretudo pelo Partido Socialista [1] e dos rascunhos gizados do tratado global pandémico, e da não menos relevante alteração e emendas ao instrumento normativo de Saúde internacional datado de 2005 intitulado IHR, chegamos à conclusão que nos devemos mesmo começar a desassossegar dada a direta relação se não mesmo similitudes que ambos os documentos apresentam, não apenas pelas razões que evocam para que sejam suprimidos temporariamente os direitos e liberdades dos cidadãos, chegando mesmo a poderem ser isolados contra a sua vontade perante um patógeno ou um agente infeccioso desconhecido e potencialmente letal, mas também pela implementação de mecanismos, que à data de hoje jÔ vâo sendo referidos como positivos e desejÔveis, tais como a inovação em saúde com vista a mais experimentalismos cientificizados e a monitorização e controlo do agregado populacional, vulgo pessoas.

Tudo o que enunciei nâo é fruto da imaginação de um criativo ou algo que irÔ acontecer no futuro longínquo, é a descrição sumÔria de processos que têm vindo a ser mais ou menos equacionados de forma discreta mas que precipitam cada vez mais as regiões do mundo para este tipo de desfecho, que no limite permitirÔ que tudo seja feito sem a mínima anuência quer dos estados, quer das pessoas que neles habitam, jÔ que muitas das propostas pretendem ter carÔcter vinculativo legal à luz do direito Internacional. Tudo em nome do tão disseminado e proferido bem comum, que visa desculpar o indesculpÔvel com vista a um mundo asséptico e sem sofrimento em que a liberdade e autodeterminismo dos povos é um entrave ao suposto progresso que de repente se quer imprimir a toda a força no mundo e nos documentos oficiais que aqui enunciÔmos.

Antes de apoiarmos tudo isto de ânimo leve, é bom lembrar de que o caminho que seguimos jÔ foi trilhado por outros antes de nós na primeira metade do século XX com resultados desastrosos para toda a humanidade.

Bruno Monarca

Consultor e Gestor