Com Robert Kennedy Jr. a liderar a Saúde nos Estados Unidos, as agências reguladoras como a Food and Drug Administration (FDA) têm estado a apertar os requisitos para a aprovação de vacinas. Logo após a FDA ter anunciado, na semana passada, a exigência de novos ensaios clínicos para os reforços vacinas contra a covid-19 em pessoas saudáveis abaixo dos 65 anos, a Moderna retirou o seu pedido de autorização para uma nova vacina de mRNA combinada para a gripe e a covid. Além disso, a empresa farmacêutica enfrenta também agora outras exigências como o aviso mais alargado de riscos cardíacos das suas vacinas covid, o que, juntamente com a nomeação de Kennedy, terá contribuído para uma grande queda nos seus lucros e uma desvalorização em bolsa de 90% desde o fim da crise da covid-19.
A farmacêutica Moderna recuou no seu pedido de autorização para uma nova vacina de mRNA combinada contra a gripe e a covid-19, um dia depois da Food and Drug Administration (FDA) ter requerido novos ensaios clínicos para aprovar os reforços anuais das vacinas covid em pessoas saudáveis com menos de 65 anos.
Depois de ter estado em conversações com a FDA, a empresa farmacêutica anunciou que voltaria a submeter o pedido para a nova vacina no final deste ano, altura em que poderá apresentar dados sobre a sua eficácia com base na última fase de estudos – cujos resultados deverão estar disponíveis no Verão.
No início do mês, a Moderna já tinha adiado para 2026 o prazo estimado para a aprovação desta vacina, concebida para adultos com 50 ou mais anos contra a gripe sazonal e a covid-19.
A gigante farmacêutica, que tem enfrentado uma queda na sua cotação bolsista com a progressiva perda de receitas das inoculações covid, está a tentar ‘agarrar-se’ aos lucros que poderão vir de novas vacinas de mRNA. Até porque, a adesão à sua vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) ficou aquém do esperado, levando a que as suas acções caíssem quase 60% em 2024. E, na semana passada, a sua valorização bolsista registou uma nova queda de 1,4%.

De facto, desde o ‘pico’ de vendas atingido durante a crise da covid, as acções da Moderna já perderam mais de 90% do seu valor. Uma situação que foi agravada pela nomeação de Robert Kennedy Jr. como secretário do Departamento da Saúde e dos Serviços Humanos, devido às suas posições “cépticas” da vacinação, que afastam os investidores.
E a verdade é que sob a liderança de Kennedy, as agências reguladoras têm mesmo aumentado o nível de exigência, e esta mudança já se está a fazer sentir nos requisitos para a comercialização das vacinas. Com efeito, neste mês o regulador americano do medicamento anunciou que iria restringir o acesso à vacina contra a covid-19 aos americanos com menos de 65 anos, limitando-o aos idosos ou pessoas com maior risco de desenvolver doenças graves. Além disso, a FDA exigiu à Pfizer e à Moderna que, no aviso sobre o risco de problemas cardíacos associados às vacinas, alertassem para o facto de os adolescentes e adultos do sexo masculino serem grupos particularmente afectados.
Fontes
Moderna withdraws application for US approval of combined flu-Covid shot | US news | The Guardian
Ver também
O colapso das ações da Pfizer e da Moderna – The Blind Spot
FDA adiciona alerta sobre inflamação cardíaca associada à Pfizer e Moderna – The Blind Spot