A comunicação social e a maioria dos governos utilizam a OMS como fonte fiĆ”vel e referenciam-na para justificar certas de polĆticas de saĆŗde pĆŗblica. Mas serĆ” que existem razƵes para confiarmos cegamente nesta organização? Neste momento, a resposta a esta questĆ£o torna-se ainda mais urgente dadas as movimentaƧƵes coordenadas e o alinhamento da OMS com um conjunto de entidades privadas: (1) na declaração de novas crises globais e (2) na identificação de medidas drĆ”sticas para as combater.
Nesta primeira parte, abordamos: 1) O seu financiamento; 2) O alinhamento com doadores privados; 3) A ligação Ć China e ao seu modelo de sociedade e 4) As (suas) falhas graves, os sinais de mĆ” fĆ© e a fraude cientĆfica.
1 ā Financiamento
Ao contrĆ”rio do que a maioria pensa, nĆ£o Ć© a OMS que define a maioria das suas polĆticas. Isto porque, tal como a própria organizaçãoĀ reconhece, mais de 80% do seu financiamento depende de ācontribuiƧƵes voluntĆ”riasā (de Estados-membros, organizaƧƵes filantrópicas ou outras entidades privadas).
Ora, esse tipo de contribuiƧƵes Ć©, em geral, destinado a projetos ou doenƧas especĆficas e a OMS nĆ£o pode decidir como as utilizar. JĆ” este ano, Lawrence Gostin, diretor da OMS, afirmou que āatualmente a OMS tem controlo total sobre apenas cerca de um quarto de seu orƧamentoā, o que lhe retirou a capacidade de definir a agenda, que passou a ser feita por terceiros.
Financiadores com conflitos de interesses
Entre as entidades privadas que definem agora a maioria dessas agendas destaca-se claramente a fundação Bill & Melinda Gates, ao ponto de a sua excessiva influência na definição das agendas ser salientada até por membros destacados da OMS.
Atualmente, a Fundação Bill & Melinda Gates é responsÔvel por mais de 88% do valor total doado por fundações filantrópicas à OMS.
A sua capacidade de influenciar a definição de prioridades e programas da OMS vem sendo estabelecida hÔ mais de duas décadas através de inúmeras contribuições monetÔrias.
Nos dois últimos anos, foi o segundo (2021) e terceiro (2022) maior financiador global da OMS. Além disso, a GAVI (auto-denominada Global Vaccine Alliance), uma entidade fundada e financiada pela fundação Gates, foi o quarto maior financiador em ambos os anos.
Bill Gates, apesar de aparecer muitas vezes como como um filantropo altruĆsta, usa inĆŗmeros veĆculos financeiros privados para os seus investimentos multimilionĆ”rios.
Apesar da opacidade e secretismo de muitos desses investimentos, sĆ£o conhecidos vĆ”rios em Ć”reas muito dependentes das orientaƧƵes e programas da própria OMS. Curiosamente, na sua grande maioria influenciados por Gates atravĆ©s de doaƧƵes especĆficas da sua própria fundação Ć agĆŖncia.

Embora com contribuiƧƵes menores, outras entidades privadas, igualmente com fortes conflitos de interesse, tĆŖm essa capacidade de influenciar a OMS, como as FundaƧƵes FamĆlia Bloomberg ou Rockefeller.
2 ā Alinhamento com doadores privados
Apesar de tudo, o topo da OMS, mais precisamente o seu secretÔrio geral, não parece estar preocupado com os evidentes conflitos de interesse. A OMS mimetiza ou publicita, mesmo, as ideias dos seus financiadores privados em matérias como a Preparação Pandémica e as Alterações ClimÔticas. Duas Ôreas em que o caminho que tem vindo a ser defendido implica alterações profundas do modelo de sociedade em que vivemos, nomeadamente no campo dos direitos e garantias dos cidadãos, ao mesmo tempo que atribui ainda mais poder à própria OMS e recompensa alguns dos seus doadores.




3 ā A ligação Ć China e ao seu modelo de sociedade
Outro aspeto que caracteriza a OMS Ć© a sua ligação Ć China. Isso foi especialmente visĆvel durante a pandemia, quando inĆŗmeros dirigentes de topo elogiaram as suas medidas.

Alguns dos seus dirigentes apelaram mesmo, de forma explicita, para a ācópiaā da āresposta chinesaā. Sendo que essa resposta foi caracterizada por uma sistemĆ”tica violação de direitos humanos bĆ”sicos e pelo aprofundamento do sistema de crĆ©ditos sociais em vigor no paĆs.

Mas a promoção da atuação da China teve mais consequĆŖncias graves. Uma delas foi o facto de a OMS ter dado orientaƧƵes que privilegiaram a ventilação mecĆ¢nica, baseada nas recomendaƧƵes chinesas, dando dessa forma inĆcio Ć corrida aos ventiladores.
Esses protocolos revelaram-se contraproducentes e poderĆ£o contribuĆdo, juntamente com outras alteraƧƵes aos procedimentos mais convencionais, para uma elevada mortalidade em vĆ”rias regiƵes.
De recordar que, após o alastrar de protestos a todo o paĆs, o governo acabou por reverter bruscamente a sua polĆtica, terminando praticamente com todas as restriƧƵes e alterando completamente o seu discurso sobre a doenƧa.

4 ā Falhas graves, sinais de mĆ” fĆ© e fraude cientĆfica
Para alĆ©m dos pontos anteriores, as falhas muito graves e o facto de existirem inĆŗmeros sinais de mĆ” fĆ© e mesmo de fraude cientĆfica minam, ainda mais, a confianƧa na OMS.
Os exemplos são inúmeros e podemo-nos centrar em algumas das mais recentes.
Na pandemia Covid as falhas graves sucederam-se.
A 3 de MarƧo de 2020, aĀ OMSĀ revelava as caracterĆsticas do ānovo vĆrusā detetado na China. Teria uma taxa de letalidade de 3,4% que resultava de praticamente todos desenvolverem a doenƧa (99%). Era um vĆrus extremamente lento e por isso possĆvel de conter.
Pouco tempo depois seria confirmado que o vĆrus tinha uma letalidade incomparavelmente mais baixa, a grande maioria das pessoas eram assintomĆ”ticas ou com sintomas ligeiros e a taxa de contĆ”gio considerada alta.
Tal como em 2009, na popularmente designada gripe A, responsƔveis mƔximos da OMS divulgaram precipitadamente dados totalmente errados (nomeadamente de letalidade), que exageraram a ameaƧa e conduziram a uma resposta desproporcionada.
Sinais de mƔ-fƩ
Mesmo com a constatação de que foi feita uma caracterização da doenƧa covid totalmente errada, a OMS nĆ£o assumiu qualquer responsabilidade, nem sequer a retificou de forma explĆcita essa distorção inicial.
Pelo contrĆ”rio, existiu uma tentativa clara de continuar a alarmar as populaƧƵes de forma desproporcionada. Por exemplo, apenas algumas semanas depois de ter afirmado de que se tratava de um vĆrus lento, que justificava a eficĆ”cia de medidas de contenção (ao contrĆ”rio do vĆrus influenza que era demasiado ārĆ”pidoā), a OMS declara que se trata de um vĆrus ārĆ”pidoā, sem tirar qualquer ilação sobre a eficĆ”cia de confinamentos.
E mais grave, em vez de corrigir a estimativa exagerada de letalidade, compara a sua letalidade com a gripe A de 2009, que teve uma letalidade baixĆssima (0,02%), para dizer que a covid Ć© dez vezes mais letal (0,2%). Ou seja, a OMS consegue passar a ideia de uma letalidade muito elevada, quando na realidade essa letalidade seria cerca de 17 vezes menos letal do que havia afirmado no mĆŖs anterior.

Esta atuação da OMS tem precedentes. JĆ” a gestĆ£o da Ćŗltima pandemia declarada (Gripe A, 2009) foi alvo de duras crĆticas por parte de inĆŗmeras entidades.
A tĆtulo de exemplo, a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (PACE) alertou para erros graves cometidos pela OMS que conduziram a um ādesperdĆcio de grandes somas de dinheiro pĆŗblico, e Ć imposição de um clima de medo injustificado sobre os riscos de saĆŗde que os europeus enfrentariamā.
Fraude cientĆfica
Mesmo aspetos bÔsicos de epidemiologia e imunologia foram ignorados ou distorcidos nos últimos anos pela OMS, como a evidência sobre a eficÔcia de medidas como: mÔscaras faciais, confinamentos ou certificados digitais de vacinação covid. Mas, entre os vÔrios exemplos, um dos mais insólitos foi a mudança de definição de imunidade de grupo.
Para a grande maioria das doenças é um dado incontroverso que a infeção natural confere uma proteção mais robusta do que a vacinação (que tem a vantagem de poder evitar a doença).
Ora, no momento em que se promoveu a vacinação covid, o site da OMS alterou a definição de imunidade de grupo, afirmando que este conceito era usado para a vacinação e ignorando a imunidade conferida pela infeção natural.


Após a grande controvérsia e indignação que essa alteração provocou, a OMS voltou atrÔs e repÓs a definição correta pouco tempo depois.
A situação foi ainda mais grave dado que as vacinas covid, que estavam a ser administradas massivamente em todo mundo, nem sequer tinham sido testadas para a prevenção de infeção, o que, por serem administradas por via intramuscular, se confirmou não fazerem. E, por essa via, também não evitavam a transmissão nem condiziam à imunidade de grupo.

Fonte: As vacinas nĆ£o previnem a infecção e a transmissĆ£o ā ObservadorĀ