A recomendação da vacinação de crianças tem levantado várias questões entre os especialistas e profissionais de saúde, em Portugal e em outros países da Europa.
Na Noruega e no Reino Unido, recentemente, foi tomada a decisão de que a vacinação deixaria de ser uma “forte recomendação das autoridades” para ser uma deliberação individual. Nas crianças com doenças crónicas a vacinação continua a ser recomendada, nestes países.
A Suécia também decidiu contra a recomendação da vacina contra Covid-19 para crianças dos 5 aos 11 anos.
A representante da Agência de Saúde Britta Bjorkholm, em conferência de imprensa, citada pela Reuters, argumenta que os benefícios não superam os riscos.
“Com o conhecimento que temos hoje, com um baixo risco de doenças graves para as crianças, não vemos qualquer benefício claro em vaciná-las”, declarou
“Suspensão cautelar” da vacina em Portugal
Em Portugal, um grupo de 27 médicos pediu a suspensão da vacinação de crianças saudáveis “até que se comprove a sua necessidade, benefício e segurança”, através de uma carta aberta dirigida à Direção-Geral da Saúde.
Na carta é possível identificar a principal preocupação dos signatários, entre os quais pediatras, cardiologistas, internistas e infeciologistas:
“O mais preocupante é que está a decorrer a vacinação das crianças dos 5 aos 11 anos em pleno pico pandémico, circunstâncias que não foram testadas nos ensaios clínicos de vacinas contra a COVID-19. A vacinação de crianças previamente infetadas por SARS-CoV-2, ou a sua infeção depois de vacinadas, num curto intervalo temporal, pode vir a traduzir-se num aumento da incidência de casos de miocardites, efeitos deletérios no sistema imunitário ou outras reações adversas, riscos potencialmente graves e eventualmente letais”.
A posição concertada sobre vacina Covid-19 em crianças pela Sociedade Portuguesa de Pediatria, salienta que:
“Nas crianças a Covid-19 é habitualmente uma doença assintomática ou ligeira e, felizmente, continuam a ser raros os casos graves que obrigam a internamento ou admissão em unidades de cuidados intensivos, ocorrendo estes maioritariamente em crianças com fatores de risco.”