No passado fim de semana, grupos de agricultores na Alemanha, Itália, Espanha e Polónia juntaram-se aos milhares de agricultores holandeses que têm protestado contra as regras propostas de redução de emissões de nitrogénio e amónia em 50% até 2030, visando diminuir o uso de fertilizantes e o número de gado.
De acordo com o Washington Examiner, o motivo por detrás deste apoio entre agricultores é o receio de que as chamadas políticas “anti-agrícolas” possam em breve alastrar-se também para os outros países.
Segundo o The Scottish Farmer, os protestos liderados por agricultores na Alemanha, Itália, Espanha e Polónia surgiram após a ação dos agricultores holandeses.
O motivo dos protestos é comum: o impacto das novas regras que pretendem reduzir as emissões de nitrogénio e amónia em 50% até 2030, nos Países Baixos. Os planos do governo holandês exigem uma forte redução no uso de fertilizantes e no número de animais.
Desde os agricultores alemães a bloquearem a estrada na fronteira com os Países Baixos até aos agricultores italianos a ameaçarem levar os protestos às ruas de Roma e ainda os polacos e espanhóis a bloquearem as estradas, estes são alguns exemplos das manifestações de apoio aos agricultores holandeses, pela Europa.
Agricultura nos Países Baixos
A agricultura é um setor importante na economia holandesa, sendo o segundo maior exportador mundial de bens agrícolas , apenas atrás dos EUA. As exportações holandesas no setor agrícola resultaram em cerca de 105 mil milhões de euros só no ano passado.
Dado isto, os grupos agrícolas do país criticam os planos do próprio Governo ao destacar que o país é o lar de quase 54.000 empresas.
Em resposta aos novos objetivos, Sjaak van der Tak, presidente da LTO Nederland, organização empresarial para agricultores e horticultores holandeses, que representa 35.000 agricultores, disse “isto não vai funcionar”.
“A reação que estamos a assistir [dos manifestantes] é bastante representativa do grau em que estas ideias ilusórias dos defensores do ambiente estão bastante fora de contacto com as realidades económicas básicas e bioquímicas do sistema agrícola global”, afirmou Ted Nordhaus, diretor executivo do centro de pesquisa ambiental da Califórnia, Breakthrough Institute.
Os Países Baixos estão a enfrentar uma pressão crescente para cumprir a Diretiva de Nitratos da UE, que tem como objetivo proteger a qualidade das águas em toda a Europa, através da adoção de medidas destinadas a impedir que os nitratos de origem agrícola poluam as águas subterrâneas e de superfície, e promover a adoção de boas práticas agrícolas.
As regulamentações propostas foram recebidas com desagrado e desdém pelos agricultores do país, com multidões a protestarem nas principais cidades.
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, vê três opções para o agricultor: “Tornar-se mais sustentável, realocar ou parar”.