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Sri Lanka exige identificação digital para acesso a combustível

O novo Presidente do Sri Lanka, membro e contribuinte da agenda do Fórum Económico Mundial, implementou uma medida de racionamento de combustível, através do uso de QR Code. O país encontra-se em estado de emergência e sob fortes medidas repressivas.

De acordo com as políticas de quotas, os cidadãos terão de requerer, com os seus documentos de identificação, o QR code para aceder ao combustível.

A política foi introduzida pelo ministro da Energia, Kanchana Wijesekera, a pedido do novo Presidente do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe – membro e contribuinte da agenda do Fórum Económico Mundial.

Com base no último dígito dos seus números de registo de veículos, os cidadãos do Sri Lanka terão de revezar-se para obter combustível. No entanto, será dada prioridade aos turistas para obter combustível em Colombo.

“Após questões técnicas iniciais, o sistema FuelPass QR foi hoje testado com sucesso. [O] projeto-piloto continuará antes de se tornar nacional na próxima semana. A quota de combustível do último dígito da placa de combustível irá facilitar as linhas de combustível nos próximos dias com a aceleração da distribuição em islandwide”, escreveu Wijesekera na rede social Twitter.

A medida está a ser controlada pelo exército do país, que se instalou em estações de combustível, após a tomada de decisão do Governo de proibir a venda de gasolina e gasóleo a veículos não essenciais.

Colapso total no sector energético e violência policial

O sector energético do Sri Lanka chegou ao ponto de colapsar totalmente, em maio, e desde então tem vindo a marcar uma trajetória descendente.

Na altura, o então recém-eleito primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe avisou os cidadãos que o país tinha ficado sem combustível e que “os próximos meses [seriam] os mais difíceis das nossas vidas”.

Recorde-se também que, na sequência da proclamação do estado de emergência a 6 de maio, juntamente com um recolher obrigatório a de 9 a 12 de maio, foram publicados regulamentos de emergência retroativos durante a noite de 9 de maio. 

De acordo com a Aministia, estes documentos apresentados pelo Governo do Sri Lanka conferiram “poderes de indiscriminados à polícia e às forças armadas para revistar e fazer detenções de ‘suspeitos’ sem as devidas salvaguardas processuais. 

A 9 de maio, cidadãos que se manifestaram pacificamente em frente do Secretariado Presidencial desde há mais de um mês foram violentamente atacados por apoiantes pró-governamentais depois de terem sido alegadamente incitados à violência por líderes do partido de topo em Temple Trees, a residência oficial do primeiro-ministro em Colombo.

A polícia permaneceu em grande parte como espectadores da violência, fazendo pouco para proteger eficazmente os manifestantes pacíficos e o seu local de protesto, apesar de ter utilizado gás lacrimogéneo e canhão de água para dispersar os manifestantes poucos dias antes do dia 6 de maio.”

Outras ações em que a violência policial foi evidente contra os protestantes, foram reportadas pela Amnistia Internacional.

Motivos da crise

O país enfrenta as consequências de uma inflação crescente — alguns alimentos, medicamentos e combustível estão em falta.

Entre as justificações mais apontadas para a situação estão os efeitos da pandemia no turismo e as políticas económicas do antecessor de Wickremesinghe, como a sua tentativa falhada de abolir a importação de fertilizantes.

Empurrão verde

O novo Presidente do Sri Lanka, que está a aplicar a medida de identificação digital com o QR Code para aceder ao combustível, é membro ativo e contribuinte da Agenda do Fórum Económico Mundial.

No seu tempo como primeiro-ministro do país, Wickremesinghe liderou o empurrão verde.

Em 2016, Wickremesinghe escreveu um artigo para o Fórum Económico Mundial intitulado “O futuro da economia do Sri Lanka”, no qual expôs o papel do Sri Lanka na redução das emissões globais e na transição para longe dos combustíveis fósseis.

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