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Agência de Saúde inglesa: Intervenções para conter a Covid sem evidência de qualidade

Um relatório da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido concluiu que medidas como o confinamento, a testagem ou o distanciamento social, foram sustentadas em evidência científica pouco fiável, nomeadamente modelos. Poucos estudos se centraram em medidas de proteção dos mais vulneráveis.

De forma discreta, a Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido divulgou uma análise que concluiu que as bases científicas da eficácia das intervenções não farmacêuticas (INF) seguidas para evitar a transmissão da Covid foram fracas.

A maioria dos estudos focou-se em medidas para identificar e isolar pessoas infecciosas, como: testes a assintomáticos, rastreamento de contatos e isolamento de casos. Também foram considerados estudos sobre medidas para reduzir o número de contatos, como confinamento, fecho de escolas e restrições de contato social.

Houve poucas evidências sobre a eficácia das medidas de proteção individual, como máscaras faciais, distanciamento físico, ventilação, higiene das mãos e limpeza. Apenas nove estudos se centraram em medidas de proteção dos mais vulneráveis.

Qualidade de evidência

As evidências foram consideradas fracas, embora haja um número significativo de estudos disponíveis, a grande maioria dos estudos fornecem níveis de evidência científica muito baixa.

Mais de dois terços dos estudos foram baseados em modelos matemáticos. Outra evidência com elevado risco de enviesamento, foi obtida através de estudos ecológicos, estudos de métodos mistos e estudos qualitativos.

Fonte: Cochrane Rehabilitation. Pyramid of evidence- Reliability of results / Pirâmide da evidência científica: porque a qualidade da evidência é importante | The Blind Spot

Conclusões do relatório

Entre as suas conclusões podemos ler que:

  1.  O facto de o nível de evidência disponível ser baixo resulta de limitações na concepção dos estudos e dos recursos disponíveis;
  2. É necessária uma “avaliação crítica e a síntese das evidências encontradas” para futuras pandemias;
  3. Os efeitos colaterais destas medidas também devem ser avaliados e considerados, por exemplo, na economia, na saúde mental ou nas desigualdades sociais.

Ver também:

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