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O mundo está cada vez mais verde

Dados de satélite, recolhidos pela NASA (entre 2000 e 2017), revelam, que, ao contrário da percepção global, o planeta está a ficar significativamente mais verde. A Europa está entre as regiões do globo com maior crescimento. O uso da terra pelos humanos, as alterações climáticas e a fertilização com CO2, são apontados como os fatores mais importantes para a Terra estar mais verde. No mesmo período, a produção de alimentos agrícolas disparou.  

Ao contrário da percepção popular, a última evidência robusta, sustentada em dados reais, revela que o mundo está a ficar significativamente mais verde.

Este fenómeno, detectado pela primeira vez utilizando dados de satélite em meados dos anos 90, foi recentemente confirmado através de um registo de dados de quase 20 anos de um instrumento da NASA. Esse instrumento -MODIS- orbita a Terra em dois satélites, e os seus dados de alta resolução fornecem informações muito precisas.

O aumento nas duas décadas consideradas (2000-2017) representa um aumento de plantas e árvores equivalente à área coberta por todas as florestas tropicais da Amazónia.

De acordo com os dados MODIS, um terço da área global de vegetação global está a ficar verde e, apenas, 5% está a ficar castanha. Isto traduz-se num aumento líquido de 2,3% por década.

Fonte: Fig. 1 | Map of trends in annual average MODIS LAI for 2000–2017. China and India lead in greening of the world through land-use management | Nature Sustainability

Regiões com maior crescimento de área verde

Entre as muitas regiões com maior crescimento de vegetação verde, destaque para a India, a China e a União Europeia (aqui considerada como um todo).

Países como o Brasil ou a Indonésia apresentam as maiores reduções, mas, ainda assim, com um balanço global de vegetação verde positivo.

Table 3 | Ranking of the 11 largest countries by vegetated land area and proportion of vegetated lands that show statistically significant trends. China and India lead in greening of the world through land-use management | Nature Sustainability

O principal autor do estudo, que analisou estes dados, revelou-se surpreendido por a China e a Índia serem responsáveis por um terço dos resultados:

 “(…) uma descoberta surpreendente, tendo em conta a noção geral de degradação dos solos em países populosos devido à sobre-exploração”.

Fatores que contribuem

Os investigadores reconhecem que, ao contrário do que se pensavam inicialmente, as imagens de satélite mostram que o uso da terra por humanos tem um papel fundamental. Desde 2000 (até 2017) as terras agrícolas foram mesmo as que mais contribuíram para a Terra estar mais verde.

Para eles, a “revolução verde” das terras agrícolas pode ser atribuída a “cultivos híbridos de crescimento rápido, culturas múltiplas, irrigação, utilização de fertilizantes, controlo de pragas, sementes de melhor qualidade, mecanização agrícola, disponibilidade de crédito e programas de seguro de colheitas”.

Os outros fatores, já anteriormente considerados decisivos, foram as alterações climáticas e a fertilização com CO2. O depósito de nitrogénio e a recuperação de perturbações naturais foram outros dos fatores apontados.

Notas finais

Várias ilações podem ser retiradas destes dados.

Alterações climáticas nem sempre são negativas

As alterações climáticas, para além de serem uma constante da história do planeta, não têm apenas consequências negativas. Como a própria NASA reconhece, o aumento do CO2 atmosférico (correlacionado com o aumento de temperaturas, independentemente da direção causal) tem efeitos positivos no aumento de vegetação verde e, consequentemente, na produtividade agrícola, dando um contributo importante na produção alimentar global.

Além disso, esse aumento de vegetação é feito, em parte, à custa da absorção do CO2, pelo que tem um efeito de controlo desse C02 na atmosfera.

Estes e outros possíveis benefícios, como a diminuição de morbilidade e mortalidade pelo frio (que mata substancialmente mais do que o calor), parecem ser ignorados ou desvalorizados pelos principais governos, agências e média mundiais.

Diabolização do ser humano

Assistimos à crescente diabolização do papel do homem, nomeadamente, responsabilizando-o pela destruição de ecossistemas, por esgotar os recursos naturais ou, até, pela “morte do planeta”.

Ainda hoje, teorias como a da necessidade de “depopulação” (redução de seres humanos) com a justificação da escassez de recursos ou de uma “emergência climática” continuam muito populares e são constantemente lançados por elites financeiras e grandes média.

Fonte: Billionaires Try to Shrink World’s Population, Report Says/The Wall Street Journal

Ora este estudo revela exatamente o fenómeno contrário. A intervenção humana direta nos terrenos agrícolas teve um papel essencial no aumento da vegetação verde, fundamental para o ecossistema, e, ao mesmo tempo, proporcionou níveis de produção alimentar record e muito superiores ao crescimento da população.

Dados reais em vez de modelos matemáticos

Mais uma vez, se revela a importância do uso de dados reais, tal como os próprios autores do estudo salientam.

Como noutras áreas, a dependência de modelos, levanta sérios problemas de diagnóstico e de seleção de políticas adequadas, dado que esses modelos estão dependentes de um conjunto de assunções que, tal como neste caso, se manifestam frequentemente errados.

Perigo de visões a “preto e branco”

Atualmente assistimos à tentativa de imposição de uma narrativa catastrófica sobre o “estado do planeta”. Os dados positivos, ou que a contrariam, são, sistematicamente, omitidos ou desvalorizados.

As bases científicas dessa narrativa, também são apresentadas como robustas e “consensuais” e quem as contrarie, mesmo que com factos, é considerado, muitas vezes, “negacionista” e “cancelado” pelos grandes média e redes sociais.

Estes dois dados, só por si, independentemente da nossa visão sobre o fenómeno, devem-nos merecer preocupação já que conduzem inevitavelmente a uma perceção totalmente enviesada da realidade.

Isto é especialmente pernicioso numa área contaminada por agendas político-ideológicas e em que se movem poderosos interesses que podem ser (para não dizer que são certamente) muito distintos dos interesses das populações.

O facto destes dados não serem do conhecimento geral, nem existir vontades, nem de ativistas nem dos grandes média, para os revelar, deixam-nos mais uma pista sobre as reais motivações de muitos dos defensores de políticas (supostamente) “verdes”.

Referências:

China and India lead in greening of the world through land-use management | Nature Sustainability

Global Green Up Slows Warming. NASA

Ver também:

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