O New York Times (NYT), através do seu Conselho Editorial, descreveu as consequências dramáticas do encerramento de escolas para muitas crianças. De recordar que o New York Times foi um dos média que mais enfatizou os riscos covid e promoveu as medidas restritivas. Nos últimos meses vários dos seus colunistas começaram a reconhecer alguns dos efeitos mais negativos dessas medidas.
Durante a crise covid, o New York Times foi um dos jornais que mais promoveu a aplicação de medidas restritivas, salientado os seus possíveis méritos e menosprezando os seus efeitos colaterais, nomeadamente em relação aos mais jovens.
Nos últimos meses, no entanto, vários artigos têm vindo a reconhecer alguns dos efeitos colaterais gerados pelo tipo de medidas seguidas e, até, a ineficácia de algumas delas.
Agora, o Conselho Editorial do N.Y. Times veio reconhecer os efeitos devastadores, segundo eles surpreendentes, que o encerramento de escolas teve durante a crise covid nos Estados Unidos.
Um dos aspetos salientados foi a quebra nas aprendizagens, nomeadamente a regressão de duas décadas nas capacidades dos alunos em matemática e leitura devido à falta de aulas presenciais.
Reconheceram igualmente que a medida agravou ainda mais a desigualdade entre crianças pobres e ricas, com uma previsível queda nos rendimentos ao longo da vida de uma geração inteira. Algo que, segundo eles, os responsáveis pela educação, e os políticos em geral, não têm tentado contrariar adequadamente.
Para além disso, destacam ainda o aumento significativo do absentismo crónico dos alunos, o que, para além de afetar a aprendizagem, prejudica o seu desenvolvimento social.
Para o comprovar, referem que mais de um quarto dos alunos estiveram cronicamente ausentes durante o ano letivo de 2021-2022 e que que isso ocorreu principalmente nos distritos mais pobres.
Por último, os autores reconhecem os grandes desafios de saúde mental, com altas taxas de tristeza persistente, desespero, pensamentos e tentativas de suicídio, e exaltam à união de todos para se evitarem consequências ainda mais devastadoras para as crianças.
Conselho Editorial do N.Y. Times
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