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Simbolismo Oculto nos Media

Ao se navegar na arena mediática, assiste-se à manifestação de simbolismo oculto, desde esoterismo até sociedades secretas, tais como: Maçonaria, Opus dei, Ordo Templi Orientis e Bohemian Grove. Este proselitismo ressurte-se insidiosamente na indústria do entretenimento, desde filmes, séries, músicas, livros, videojogos até bandas desenhadas.

Os símbolos são usados para transmitir informações complexas de uma forma simples, por exemplo: as sinaléticas rodoviárias. Não obstante, nos círculos ocultistas, a semiótica tem dupla interpretação. Eis uma passagem do livro “Metaphysical media: the occult experience in popular culture” de Emily D. Edwards:

“A experiência mediática pode ajudar-nos a transcender de uma realidade caótica, realçando-a com ficções requintadas, que poderão trazer significado, admiração e satisfação.”

Passo a citar algumas razões, pelas quais os meios de comunicação e de entretenimento estão obcecados em sufocar-nos com simbologia oculta.

Programação: Em 1953, a CIA concebeu um projeto intitulado de “MK Ultra”. Este consistiu num programa de experiências humanas, em que os sujeitos eram submetidos a interrogatórios para forçar confissões através de lavagem cerebral e tortura psicológica. A investigação permitiu testar efetivamente a inserção de símbolos como forma de usurpar as crenças de um indivíduo.

Provocação: Dada a insurgência repetitiva de simbologia oculta, vários espectadores ficam conscientes do jogo de xadrez mediático. Desta forma, o assomo descrito permite estimular esta audiência e, consequentemente, serem alvo de sátira e escárnio por parte da sociedade.

Marcas territoriais: Tal como um cão que urina no seu território ou um pastor que guarda o seu gado, o ocultismo aborda a comunicação social como se fosse seu apanágio.

Condicionamento: A violência simbólica contribui para uma dessensibilização da audiência, incutindo valores como a violência, ganância ou concupiscência. Ainda, inclui intertextos que visam preparar o público para mudanças sociais planeadas.

Comunicação codificada: O uso da semiótica caracteriza-se pela sua multitude de significados. Dito isto, o campo mediático pode ser um veículo para difusão de mensagens, provavelmente opta-se por gematria difundida, dado que nesta linguagem atribui-se um valor numérico a cada letra. Os capacitados que consigam descodificar estas idiossincrasias, possivelmente, percecionarão planos de investimentos ou futuras manipulações sociais.

Mal-entendido: A má interpretação de símbolos ocorre frequentemente, passo a exemplificar: os cornos satânicos podem-se confundir com os cornos de Hookham característicos da Universidade de Texas, ou até mesmo com a linguagem gestual americana para “I Love You”.

Pareidolia: A forma como se vê um símbolo, permite uma maior suscetibilidade para as efabulações. Pois, por vezes, uma insígnia não tem intencionalidade de ludibriar os consumidores.

Merchandising: Os artistas, escritores e produtores estão cientes da popularidade do simbolismo oculto. Posto isto, ao colocarem estes indícios nos produtos e eventos, as suas receitas serão exponencialmente aumentadas. Veja-se as sapatilhas de basquetebol “Kyrie Irving” e respectivas referências a sociedade secretas.

Para concluir, quer se trate de condicionamento mental ou manobras de marketing, o simbolismo oculto está presente desde os nossos primórdios. Atualmente, com a consolidação da literacia mediática, assiste-se a uma potencial sinergia de observações e conhecimentos, permitindo uma maior exposição a estas formas primitivas de sedução simbólica.

Bibliografia

CIA. (2018). Project MK-Ultra. Unknown: Intellipedia. Obtido de https://www.cia.gov/readingroom/document/06760269

Cobb, K. (2005). The Blackwell Guide to Theology and Popular Culture. News Jersey: Wiley-Blackwell.

Edwards, E. (2006). Metaphysical media: the occult experience in popular culture. The Journal of American Culture, 2. Obtido de https://www.academia.edu/76348529/Metaphysical_media_the_occult_experience_in_popular_culture

Fry, C. (2008). Cinema of the Occult: New Age, Satanism, Wicca, and Spiritualism in Film. United States: Lehigh University Press.

Gunn, J. (2005). Modern Occult Rhetoric : Mass Media and the Drama of Secrecy in the Twentieth Century. USA: Rhetoric, Culture, and Social Critique.

Owens, A. (2021). Desire After Dark: Contemporary Queer Cultures and Occultly Marvelous Media. Indiana: Indiana University Press.

Pike, A. (2013). Morals and Dogma. USA: Orkos Press.

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