Com o anúncio de novas medidas para as escolas, e numa altura em que vários estudos e relatórios têm apontado para os riscos da chamada transição de género, o executivo de Rishi Sunak diz que “as crianças serão protegidas do ensino inadequado sobre temas delicados”. A secretária de Estado da Educação, Gillian Keegan, admitiu que alguns professores estariam a ensinar aos jovens que existem até 72 géneros.
Com o debate sobre as questões de género a subir de tom no Reino Unido, o Governo britânico considera que a identidade de género é uma teoria “contestada“ e proibiu, na semana passada, as escolas de abordarem o tema com os alunos.
Além disso, as crianças só terão aulas de educação sexual depois de completarem nove anos, ou seja, a partir do 5º ano escolar, e “de um ponto de vista puramente científico“.
Num comunicado divulgado no passado dia 16, o executivo de Rishi Sunak explicou o contexto das novas medidas: “Após vários relatos de materiais perturbadores usados nas aulas de Educação sobre Relacionamentos, Sexo e Saúde (RSHE), o Departamento de Educação publicou orientações atualizadas que garantirão que o conteúdo seja factual, apropriado e que as crianças tenham a capacidade de compreender completamente tudo o que estão a aprender“.
Em declarações à BBC, a secretária de Estado da Educação, Gillian Keegan, admitiu haver “algumas evidências” de que crianças e adolescentes estariam a ser ensinados que poderiam existir até “72 gêneros”, e o primeiro-ministro britânico confessou-se “horrorizado“ com os relatos sobre o que acontecia dentro das salas de aula.
Deste modo, o Governo explica que, a partir de agora, “os pais terão o direito de ver os recursos que estão a ser utilizados para ensinar os seus filhos sobre relacionamentos, saúde e sexo em todas as circunstâncias e serão introduzidos novos limites de idade para que às crianças não sejam apresentados conteúdos que poderão não ter maturidade para compreender“.
Novas evidências cientificas
O Governo britânico assume que as novas diretivas, que estarão ainda sujeitas a consulta pública durante oito semanas, estão alinhadas com as conclusões do Cass Report – um mega-estudo divulgado no mês passado que evidenciou os efeitos perniciosos da transição de género, desaconselhando o procedimento, e mostrou que, muitas vezes, a disforia de género está associada a perturbações mentais como a depressão.
“À luz da Cass Review, é importante que as escolas adotem uma abordagem cautelosa ao ensino sobre este tema delicado e não utilizem quaisquer materiais que apresentem pontos de vista contestados como factos, incluindo a visão de que o género é um espectro“, lê-se no comunicado do executivo.
E, de facto, parecem estar a acumular-se evidências científicas que vão num sentido contrário ao dos promotores da ideologia de género. Apenas uma semana antes de o Cass Report ter sido divulgado, publicou-se um estudo norte-americano na revista científica Cureus, segundo o qual o risco de suicídio, automutilação e stress pós-traumático é 12 vezes superior nos pacientes que se submetem a cirurgias de afirmação de género, em comparação com os que não o fazem.
O estudo, revisto por pares e conduzido por investigadores de uma Universidade no Texas, analisou os dados de quase 16 milhões de pacientes com idades entre os 18 e os 60 anos que se deslocaram a unidades de emergência entre 2003 e 2023. Tendo em conta a dimensão da amostra utilizada e o longo período de tempo analisado, o estudo vem dar força à teoria de uma relação entre desequilíbrios mentais e disforia de género.
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