A comunicação social e a maioria dos governos utilizam a OMS como fonte fiĆ”vel e referenciam-na para justificar certas de polĆticas de saĆŗde pĆŗblica. Mas serĆ” que existem razƵes para confiarmos cegamente nesta organização? Neste momento, a resposta a esta questĆ£o torna-se ainda mais urgente dadas as movimentaƧƵes coordenadas e o alinhamento da OMS com um conjunto de entidades privadas: (1) na declaração de novas crises globais e (2) na identificação de medidas drĆ”sticas para as combater.
Nesta segunda parte, abordamos: 5) a credibilidade do topo da OMS; 6) as suas recentes nomeaƧƵes; 7) a natureza das alteraƧƵes legais em curso; e 8) a censura de vozes dissonantes
5- O lĆder da OMS- Tedros Adhanom
Existem sĆ©rias dĆŗvidas sobre a integridade do atual secretĆ”rio geral da OMS, Tedros Adhanom. Para alĆ©m das suspeitas sobre algumas das suas aƧƵes enquanto lĆder da OMS, algumas das quais jĆ” referidas, o seu passado Ć© igualmente preocupante.
Foi membro do Tigray Peopleās Liberation Front (TPLF), um movimento designado de terrorista pelo atual governo EtĆope.
Enquanto o TPLF dominou a polĆtica etĆope, Tedros foi um dos ministros (SaĆŗde e Negócios estrangeiros) mais destacados da Etiópia (2005-2016).
Segundo a Human Rights Watch e a Amnistia, durante esse perĆodo ocorreu uma forte repressĆ£o contra defensores dos direitos humanos, meios de comunicação independentes, jornalistas, manifestantes pacĆficos e membros da oposição.
VÔrios direitos foram atacados, entre os quais, a liberdade de expressão e a liberdade de reunião. O governo recusou-se a suavizar a pena de prisão de 15 anos previsto para condutas homossexuais e combater a discriminação.
O governo terĆ” arquitetado crimes chocantes contra o seu próprio povo. Entre esses crimes estĆ£o: milhares de assassinatos, atrocidades vĆ”rias e execuƧƵes extrajudiciais; perseguição a defensores dos direitos humanos; campanhas de repressĆ£o e brutalidade por parte das forƧas de seguranƧa; prisĆ£o de centenas de polĆticos da oposição, jornalistas e outros, como crianƧas em idade escolar; Tortura (incluindo recurso a queimaduras e choques elĆ©tricos).
O governo etĆope rejeitou pedidos das NaƧƵes Unidas e da UniĆ£o Europeia para investigar centenas de mortes nos protestos contra o governo.
JĆ” na OMS (2017), Tedros teceu fortes elogios e nomeou o falecido presidente do ZimbĆ”bue, Robert Mugabe, como embaixador da Boa Vontade da OMS, dado seu próprio histórico terrĆvel de direitos humanos. Retirou depois o convite face Ć forte contestação e quando muitos jĆ” pediam a sua demissĆ£o.
6 ā PolĆ©micas nomeaƧƵes
Para alƩm do seu diretor-geral, a OMS tem nos seus altos cargos personalidades com atuaƧƵes ou passados questionƔveis.
Entre as recentes nomeações duas figuras chamaram a atenção pelo seu papel na recente pandemia: Jeremy Farrar e Susan Michie.
Jeremy Farrar
Jeremy Farrar foi o diretor do Wellcome Trust, uma fundação de caridade focada na Ôrea da Saúde, e apoiou publicamente de forma entusiasta a teoria da origem natural da Covid-19.
Carta Lancet a descartar origem laboratorial
Foi um dos autores da carta publicada no Lancet que procurou descartar a hipótese da fuga laboratorial.
āEstamos juntos para condenar veementemente as teorias da conspiração que sugerem que a COVID-19 nĆ£o tem uma origem natural.ā

A carta teve como principais autores pessoas com ligações ao laboratório de Wuhan e omitiu o conflito de interesse de um dos seus principais proponentes, Peter Daszak.
No entanto, e-mails que vieram a público, mostram que Farrar, não só acreditava na possibilidade de fuga laboratorial, como achava essa hipótese provÔvel.


Redator fantasma de carta publicada na Nature
Para além disso, evidências resultantes da investigação do subcomité do Congresso norte-americano sobre as origens da COVID-19 revelaram o envolvimento não creditado de Jeremy Farrar noutra influente carta publicada na Nature intitulada The proximal origin of SARS-CoV-2.

Nessa carta, os autores rejeitam liminarmente a possibilidade de fuga laboratorial.
āAs nossas anĆ”lises mostram claramente que o SARS-CoV-2 nĆ£o Ć© uma construção laboratorial ou um vĆrus manipulado propositalmente.ā
Para além de ter aparentemente liderado a produção do documento, com a colaboração de outras figuras como Anthony Fauci, Farrar afirmou mesmo ter pressionado a própria revista Nature.

Papel na censura da hipótese da fuga laboratorial
Ambas as cartas em que o agora cientista-chefe da OMS participou foram fundamentais para criar um aparente consenso sobre a origem natural.
Deste modo, fact-checkers e mƩdia, em geral, usaram essas publicaƧƵes para rejeitar ou mesmo insultar quem sugerisse origens alternativas.

Apenas após vĆ”rios meses, e depois de vĆ”rias entidades considerarem a hipótese de fuga possĆvel ou, atĆ©, a mais provĆ”vel, deixou de existir uma censura assumida a quem colocasse essa possibilidade.

Nomeação de Susan Michie
Outra das nomeações recentes da OMS foi Susan Michie, diretora do Centro de Mudança de Comportamento da University College London e membro do Partido Comunista da Grã-Bretanha.
Micchie preside o Grupo Consultivo TĆ©cnico (TAG) da OMS sobre Insights Comportamentais e CiĆŖncias para a SaĆŗde, que define a aplicação das ciĆŖncias comportamentais e sociais na saĆŗde pĆŗblica. Entre outras Ć”reas, o grupo aconselha a OMS em temas como: vacinas covid ou ācomportamentos de risco pelos jovens durante a pandemiaā.

Sobre esse grupo, o diretor-geral da OMS, afirmou:
āO seu trabalho Ć© importante porque a ciĆŖncia comportamental continua sendo um recurso subutilizado na maioria dos trabalhos de saĆŗde pĆŗblica. Apesar de muitos avanƧos na Ć”rea, descobrimos que muitos fazedores de polĆticas nĆ£o tĆŖm confianƧa nessas intervenƧƵes.ā
āMĆ”scaras para sempreā
Susan Michie ficou conhecida pelas suas posiƧƵes extremas durante a covid. Defendeu polĆticas de mĆ”xima supressĆ£o (covid zero) como membro de um gripo consultivo do governo britĆ¢nico.
āO comportamento de distanciamento social⦠Usar mĆ”scaras⦠Vamos precisar manter isso a longo prazo e isso serĆ” bom nĆ£o só para a Covid, mas tambĆ©m para reduzir outras doenƧasā.
āAcho que para sempre, atĆ© certo pontoā.
7 ā Natureza das alteraƧƵes legais em curso
As alterações legais em curso vão no sentido de: facilitar a implementação de medidas restritivas, de aumentar os poderes da OMS e ir ao encontro de ideias de responsÔveis de ONGs que financiam a OMS (como a Preparação Pandémica de Bill Gates).
Vejamos o caso do Regulamento Internacional de SaĆŗde cujas alteraƧƵes resultam de propostas dos paĆses e sĆ£o discutidas com a participação de inĆŗmeras entidades, com responsabilidades e interesses em diversas Ć”reas como: a saĆŗde, a banca ou a propriedade intelectual (patentes).
VÔrios desses intervenientes são privados e têm interesse direto no regulamento, como a CEPI, a GAVI ou a ACT.
Exemplos de alteraƧƵes propostas
Logo nos princĆpios propostos salta Ć vista a eliminação do texto que vincula a aplicação do regulamento ao respeito de direitos humanos:
Ā āA aplicação deste Regulamento serĆ” feita no pleno respeito Ć dignidade, aos direitos humanos e Ć s liberdades fundamentais das pessoasā.
E a sua substituição por:
āA aplicação deste Regulamento serĆ” feita com base nos princĆpios da equidade, inclusĆ£o, coerĆŖncia e de acordo com suas responsabilidades comuns, mas diferenciadas, dos Estados-Membros, levando em consideração seu desenvolvimento social e econĆ“mico.ā


Outro exemplo Ć© a eliminação da referĆŖncia a que as recomendaƧƵes da OMS sĆ£o ānĆ£o vinculativasā, abrindo, deste modo, o caminho para a obrigatoriedade de cumprimento dessas recomendaƧƵes.

O esboƧo em discussĆ£o abre igualmente o caminho para a divulgação de dados pessoais se considerados āessenciais para fins de avaliação e gestĆ£o de um risco Ć saĆŗde pĆŗblicaā.

Outro texto introduzido nesta proposta Ć© a possibilidade de imposição de certificados de vacinação de acordo com o paĆs de origem, mesmo para āprodutos ainda em fase de investigaçãoā.

8 āĀ Censura de vozes dissonantes
Por último, a OMS estÔ totalmente alinhada com a agenda em curso que pretende legitimar a censura e as restrições à liberdade de expressão a quem emita opiniões ou apresente factos que contrariam orientações ou interesses de certas organizações.
Os sistemas de fact-checking revelaram vĆ”rios problemas, tais como: (1) terem fortes conflitos de Interesse, nomeadamente ao nĆvel do financiamento; (2) censurarem partilha conteĆŗdos contrĆ”rios Ć narrativa mediĆ”tica ou governamental, mesmo opiniƵes de peritos, estudos publicados ou dados oficiais; (3) nĆ£o censurarem informaƧƵes comprovadamente falsas que reforcem a narrativa mediĆ”tica; (4) tenham um sistema de verificação enviesado, executado muitas vezes por pessoas sem qualificaƧƵes no tema analisado; e (5) serem usados pelas redes sociais para impor um sistema opaco de censura e/ou diminuição de visibilidade, muitas vezes sem possibilidade de contraditório.
Mesmo no Regulamento Internacional de Saúde, jÔ referido antes, podemos encontrar referências ao combate à disseminação de informação, considerada falsa ou sem credibilidade. Sendo que isso serÔ determinado pela própria agência e seus parceiros.

Desinformação levada a cabo pela OMS
Acontece que, como podemos ver nos Ćŗltimos anos, a OMS tem difundido inĆŗmeras informaƧƵes sem bases cientĆficas ou, mesmo, comprovadamente falsas.





Donos da CiĆŖncia
Apesar de tudo isto, a ONU, que agrega a OMS, arroga ser a dona da Ciência e assume usar as grandes empresas tecnológicas, nomeadamente a Google e o Tik Tok, para impor as suas ideias sobre temas, como a Covid ou as alterações climÔticas.
āSomos donos da ciĆŖncia, e pensamos que o mundo deve saber isso (ā¦).ā
āFizemos uma parceria com o Google. Por exemplo, se pesquisar alteraƧƵes climĆ”ticas no Google, vocĆŖ irĆ”, no topo da sua pesquisa, obter todo o tipo de recursos da ONU.ā
Ideias finais
Tal como muitas outras instituiƧƵes, a OMS estĆ” capturada por interesses polĆticos e financeiros que determinam em muito as suas orientaƧƵes e atuação.
Por isso, em vez de uma referĆŖncia para o mundo, deve ser encarada com muitas reservas e ceticismo.
A credibilização de agendas privadas e dados pseudocientĆficos atravĆ©s da OMS pode ter graves consequĆŖncias. AlĆ©m de contribuir para uma gestĆ£o polĆtica, e nĆ£o cientĆfica, da saĆŗde, pode mesmo ajudar Ć implementação de modelos menos (ou mesmo, nĆ£o) democrĆ”ticos nas sociedades ocidentais.