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Matt Hancock nomeado representante especial das Nações Unidas para África

O ex-secretário da Saúde inglês foi nomeado representante especial das Nações Unidas para África nas áreas financeira e climática.

Matt Hancok anunciou a nomeação no Twitter, salientando “que o trabalho se concentraria em ajudar a economia africana a recuperar da pandemia”.

O seu cargo oficial será o de “representante especial da ONU em inovação financeira e alterações climáticas para a Comissão Económica para África das Nações Unidas”.

Na carta que o próprio publicou no anúncio, a sub secretária-geral da ONU, Vera Songwe, elogiou o seu “sucesso” na resposta à pandemia no Reino Unido.

Nessa carta pode-se ler que:

“… a aceleração das vacinas que levou o Reino Unido a avançar mais rapidamente para a recuperação económica é um testemunho dos pontos fortes que vai trazer a este papel, juntamente com a sua experiência fiscal e monetária”.

Críticas à nomeação

Muitas críticas têm sido feitas à decisão das Nações Unidas. Algumas são feitas tomando como referência o recente relatório, encabeçado pela Câmara dos Comuns, que é muito crítico da resposta à pandemia.

Num artigo publicado no UnHerd com o título “Uma mensagem para Matt Hancock: A África não te quer”, o cientista e empreendedor Samuel Adu-Gyamfi mostra a sua forte oposição:

A última coisa que este continente precisa é de outro Messias Covid”

“Não há nada no currículo de Matt Hancock que sugira que ele saberia o que é melhor para África… Então porque é que ele está agora a ser encarregado de ajudar a recuperar África da Covid?”

“Tendo em conta que falhou de forma tão espetacular num país de 65 milhões de pessoas, faz-me pensar no que pensa que pode alcançar para um continente de 1,3 mil milhões de pessoas.”

“A nomeação mostra que a ONU está alheia à verdadeira luta de África: não covid, mas a devastação causada pelas restrições de Covid. A enorme crise sócio-económica que começou a afetar o continente devido às medidas impostas pelo Ocidente provocou danos incalculáveis.”

“Como foi recentemente demonstrado num relatório da UNICEF,” prevê-se que mais 140 milhões de crianças nos países em desenvolvimento estejam em agregados familiares abaixo do limiar da pobreza” como resultado das políticas Covid.””

Polémicas

Foram inúmeras as polémicas em que Matt Hancok esteve envolvido durante a sua permanência no governo.

Em Junho do ano passado, após denúncia de investigadores do CMBE de Oxford, o sistema de contagem de mortes COVID teve de ser revisto, já que estava a incluir mortes ocorridas muitos meses após teste positivo e recuperação completa da doença.

Esteve por diversas vezes envolvido em casos de suspeita de conflitos de interesse, nomeadamente relacionados com atribuição de contratos por parte do NHS (Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido).

Também a sua saída foi polémica, já que ocorreu após ter sido filmado a ter contactos íntimos com uma colaboradora, numa altura em que eram exigidas regras muito rígidas de distanciamento social à população.

Resultados

Apesar de ser um dos responsáveis pelo programa de vacinação britânico, muito elogiado por ter atingido uma porção significativa da população, os resultados, em termos económicos e de mortalidade Covid, são ainda assim dos piores da Europa.

No excesso de mortalidade, que é um indicador ainda mais fiável, o Reino Unido apresenta dos valores mais elevados da Europa, mesmo em períodos de menor mortalidade Covid.

Nota: Neste último gráfico, os valores são absolutos e devem ser contextualizados com o número de habitantes de cada país. Serve igualmente para observar a dinâmica das curvas de excesso/deficit de mortalidade.

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