A presidente da marca Levi’s , há mais de duas décadas, Jennifer Sey, decidiu abandonar o seu cargo na empresa devido ao mau ambiente de trabalho causado pela sua expressa opinião contra o fecho das escolas durante a pandemia de Covid-19.
Sey compartilhou a sua história num post na newsletter Substack, descrevendo a sua ascensão na empresa desde diretora de marketing até presidente da marca em 2020.
No início da pandemia, ela frequentemente escrevia artigos de opinião e aparecia em programas de televisão e comícios para defender a reabertura das escolas sem as regras do uso de máscaras.
“Senti – e ainda sinto – que as políticas draconianas causariam mais dano àqueles em menor risco e o fardo recairia mais sobre as crianças desfavorecidas nas escolas públicas, as que mais precisam de segurança e da rotina da escola”, escreveu Sey na newsletter Substack do escritor e editor Bari Weiss.
Sey afirma que várias vozes foram contra a sua opinião, nomeadamente, nas redes sociais e no local de trabalho.
Os chefes de comunicação e diversidade da Levi’s pediram que ela silenciasse as suas opiniões sobre o assunto e fizesse um “tour de desculpas”, revelou.
No outono de 2021, segundo Jennifer Sey, o CEO da empresa, Chip Bergh, disse que ela estava “encaminhada para ser a próxima CEO da Levi’s” mas que o único obstáculo que tinha à sua frente era ela mesma e que ela tinha de “parar de falar sobre as escolas”.
Mas, os ataques nas redes sociais não paravam e, segundo Jennifer Sey: “todos os dias um dossiê de todos os meus tweets e todas as minhas interações online era enviado ao CEO pelo chefe de comunicação”.
No que diz respeito ao seu local de trabalho, a ex-presidente da Levi’s, também confessou:
“Numa reunião com a equipa executiva de liderança, o CEO fez uma observação improvisada e disse-me que eu estava a ‘agir como o Donald Trump’. Eu senti-me envergonhada e tive que desligar a câmara para me recompor.”
No passado mês, o CEO disse que era impossível Jennifer continuar na empresa, mas isso não a impediu de partilhar a sua história.
“Ofereceram-me um pacote de indemnização de 1 milhão de dólares, mas eu sabia que teria que assinar um acordo de confidencialidade sobre o motivo da minha expulsão. O dinheiro seria muito bom. Mas eu simplesmente não consigo. Desculpa, Levi’s. Hoje estou a trocar o meu emprego na Levi’s. Em troca, eu mantenho a minha voz”.