Skip to content

Trudeau nega qualquer envolvimento em negócio das vacinas

Foram lançadas suspeitas de que Justin Trudeau, o primeiro-ministro do Canadá, está a tirar proveitos financeiros com as vacinas Covid-19. Em causa está a empresa canadiana Acuitas que fabrica um componente fundamental para as vacinas mRNA, utilizada pelas vacinas da Pfizer/BioNTech e Moderna. Tanto o gabinete governamental, a fundação da família Trudeau, alegadamente envolvida no negócio, como a própria Acuitas já desmentiram qualquer ligação. Os protestos dos camionistas canadianos contra a obrigatoriedade das vacinas contra a Covid-19 continuam a colocar o Canadá no centro das atenções.

Justin Trudeau, o primeiro-ministro canadiano, tem sido alvo de acusações sobre o dinheiro que tem ganho com a venda das vacinas Covid-19. Em causa está a alegada participação de Trudeau e da fundação pertencente à sua família, a Pierre Elliot Trudeau Foundation, na empresa Acuitas Therapeutics, também canadiana, responsável pela produção de nanopartículas lípidas (LNP), um elemento essencial para as vacinas mRNA.

Randy Hillier, um político canadiano, disse no dia 14 de fevereiro, no Twitter, que “é verdade que a fundação Trudeau controla a Acuitas. É verdade que a Acuitas recebe compensações pela patente da Moderna e da Pfizer por cada vacina administrada”.  O ex-membro do parlamento de Ontário, no Canadá, e crítico da administração de Trudeau e da sua gestão da pandemia, conclui: “é verdade que Trudeau ordenou a vacina – basta juntar os pontos”.

Robert Malone, um dos cientistas envolvido há 30 anos na invenção e no desenvolvimento da tecnologia mRNA, disse, no dia 15 de fevereiro, queno Canadá há muita especulação sobre o envolvimento de Trudeau, da sua família e da sua fundação que detêm 40% da Acuitas. “Há, por isso, um enorme conflito de interesses financeiros por parte do Sr. Trudeau”, acrescentou, durante a sua participação no Tommy’s Podcast, juntamente com Pierre Kory, da FLCCC Alliance (Aliança para o Tratamento Crítico Inicial da COVID-19, da sigla em inglês).

David Martin, um analista financeiro, disse, a 11 de fevereiro, que “nunca teve em causa injetar pessoas para o bem da sua saúde mas a manutenção de um monopólio”. Na entrevista que deu ao The Stew Peters Show, explicou que “o Canadá lucra diretamente com o monopólio do negócio das vacinas” e que é por essa razão que “Trudeau quer desesperadamente silenciar os manifestantes”. Martin refere-se ao Freedom Convoy (Comboio da Liberdade), um movimento iniciado por centenas de camionistas como protesto contra a obrigatoriedade da vacina para passar a fronteira, ao que se juntaram milhares de pessoas que convergiram de vários locais do Canadá para a capital, Ottawa. Entretanto o governo canadiano decretou o estado de emergência para poder impor, através da força, o fim dos bloqueios e dos protestos, ameaçando congelar as contas bancárias dos manifestantes.

De acordo com o jornal canadiano National Post, que cita Thomas Madden, presidente da Acuitas Therapeutics, “somos uma companhia privada e nem o primeiro-ministro nem a Fundação Trudeau têm ou alguma vez tiveram ações ou qualquer percentagem da companhia”. O jornal adianta que um representante da companhia mostrou o documento, obrigatório por lei, com a indicação detalhada dos proprietários da Acuitas: “a maioria das ações são controladas pelos três fundadores da companhia, sendo as restantes repartidas por alguns dos seus funcionários”. Diz a notícia que “a Acuitas pediu para os nomes dos acionistas não serem divulgados para os proteger de ataques de pessoas anti-vacinas”. O National Post escreve ainda que “a origem exata da alegação não é clara e que a ligação falsa Acuitas-Trudeau parece que foi amplificada, pelo menos, por destacados membros dos movimentos anti-vacina covid dos Estados Unidos”, dando como exemplo “o apoio dos norte-americanos aos protestos dos camionistas canadianos”. O jornal reitera que “nenhum dos acusadores deu evidências sobre as suas alegações”.

O gabinete do primeiro-ministro revelou à Reuters que as acusações “não são precisas” e disse que os titulares de cargos públicos devem divulgar informações sobre interesses financeiros para a Comissão de Conflitos de Interesses e Ética (CIEC, na sigla inglesa), publicada online. A agência noticiosa britânica confirmou junto dos registos da companhia que nem Trudeau nem a fundação com o seu nome aparecem listados como tendo ações da Acuitas. O gabinete referiu ainda as declarações do primeiro-ministro à CBC News onde disse: “eu não estou de forma alguma ligado, tanto formal como informalmente, com a Pierre Elliot Trudeau Foundation há muitos, muitos anos”. “Eu deixei de ter qualquer responsabilidade relacionada com a família pouco depois de ter sido eleito como forma de demonstrar que existe uma separação enorme”, acrescenta.

LNP, a sigla para as nanopartículas lípidas, são “pequenos ‘veículos de distribuição’ que protegem a vacina de mensageiro RNA (mRNA) depois de ter sido injetada”, lê-se no comunicado da Acuitas Therapeutics, de dezembro de 2020. A Acuitas é especializada em desenvolvimento de sistemas de distribuição para terapêuticas de ácidos nucleicos baseadas em nanopartículas lípidas. A empresa, sediada em Vancouver, Canadá, congratulava-se por “fazer história com a primeira vacina covid-19 aprovada para uso [de emergência] no Canadá”. O LNP transporta o mRNA, “protegendo-o após a administração e levando-o até às nossas células, colocando-o exatamente onde precisa de estar”, explica o mesmo comunicado, que reforça que “é um componente essencial para as vacinas mRNA que estão a ser desenvolvidas, nomeadamente a da Pfizer/BioNTech”.

Compre o e-book "Covid-19: A Grande Distorção"

Ao comprar e ao divulgar o e-book escrito por Nuno Machado, está a ajudar o The Blind Spot e o jornalismo independente. Apenas 4,99€.