Skip to content

Governos europeus pressionaram fabricantes para produzirem vacinas rapidamente com isenção de responsabilidades

O membro do Parlamento Europeu Cristian Terheș questionou os responsáveis da Moderna e AstraZeneca

A Moderna e a AstraZeneca aceleraram o processo de desenvolvimento de vacinas covid-19 a pedido dos governos. Por esse motivo, os fabricantes quiseram incluir cláusulas nos contratos que os protegessem de eventuais indemnizações.

As declarações dos representantes da Moderna e AstraZeneca foram feitas perante uma reunião da comissão especial do Parlamento Europeu sobre a covid-19, criada para avaliar os efeitos da pandemia e fazer recomendações. A reunião ocorreu a 5 de setembro, em Bruxelas.

“Relativamente à responsabilidade sobre efeitos adversos, a exemplo de todos os fabricantes, nós pretendemos, desculpem, os governos pretenderam uma aprovação rápida da vacina”, disse Stéphane Bancel, CEO da Moderna. E explicou: “por essa razão, para uma aprovação condicional, era importante que nos fossem dadas algumas garantias em termos de indemnização, porque não tínhamos garantias”.

Bancel indica os responsáveis: 

“Eles [os governos] queriam a vacina rapidamente. Eles não deram tempo aos produtores para terem estudos de longa duração por causa da natureza da pandemia”.

Stéphane Bancel, CEO da Moderna

O CEO da Moderna explica que é uma prática comum a todos os países. “É considerado um procedimento padrão em situações de emergência e, igualmente, é o procedimento que protege e apoia todos para avançar a alta velocidade e para serem o melhor possível na produção [das vacinas]”.

A AstraZeneca confirmou aos membros do Parlamento Europeu (MPE) que tem a mesma posição da Moderna. 

“As cláusulas de responsabilidade e de indemnização foram discutidas e acordadas com muitos governos em todo o mundo porque todos queriam ver como poderíamos acelerar o desenvolvimento e a entrega das vacinas.”

Iskra Reic, vice-presidente da Unidade da AstraZeneca para Vacinas e Terapias de Imunidade, 

Reic acrescentou que a cláusula sobre responsabilidade e indemnização “só é válida para as doses contratadas durante a pandemia”.

“Maior escândalo de corrupção na história”

As respostas dos responsáveis dos fabricantes de vacinas foram dadas na sequência da intervenção de Cristian Terheș, membro do Parlamento Europeu.

“Os representantes da Moderna e da AstraZeneca reconheceram que os governos pediram às companhias que produzem vacinas para criar rapidamente um produto médico, pago com o dinheiro dos estados, e que os governos impuseram às populações.”

Cristian Terheș, MPE

Terheș não poupou críticas aos governos e farmacêuticas: “as empresas reconhecem os possíveis riscos de reações adversas devido à falta de tempo para testagem”. “Por isso”, prossegue o MPE, “eles pediram garantias de proteção, que obtiveram dos mesmos governos”.

“Tudo foi feito com base em contratos que ainda não são públicos. Em resumo, estamos a testemunhar o maior escândalo de corrupção na história onde o preço está igualmente a ameaçar a vida das pessoas.”

Cristian Terheș, MPE

Cristian Terheș é romeno e pertence ao grupo de Conservadores e Reformistas Europeus do Parlamento Europeu. Foi eleito eurodeputado em julho de 2019. Tem sido uma das vozes mais críticas em Bruxelas contra a Comissão Europeia e parlamento relativamente à gestão da pandemia covid-19. No seu canal do YouTube estão diversas intervenções públicas de Terheș sobre o certificado digital e as posições de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, entre outras.

Compre o e-book "Covid-19: A Grande Distorção"

Ao comprar e ao divulgar o e-book escrito por Nuno Machado, está a ajudar o The Blind Spot e o jornalismo independente. Apenas 4,99€.