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Departamento de Saúde da Flórida desaconselha vacinas mRNA para homens até aos 40 anos

O secretário de Saúde da Flórida emitiu uma recomendação contra a vacinação mRNA em homens até aos 40 anos. A decisão é justificada por um estudo que sugere um aumento de mortalidade por causa cardíaca, em conjugação com a alta imunidade existente. Esse estudo tem, no entanto, limitações importantes e o próprio documento afirma tratarem-se de dados preliminares e recomenda cautela na sua interpretação.

A decisão de recomendar a não vacinação por vacinas mRNA vem na sequência de uma investigação feita pelo próprio Departamento de Saúde do estado da Flórida, nos Estados Unidos. Nesse estudo foi identificado um aumento de 84% na incidência relativa de morte relacionada com o coração, entre os homens dos 18 aos 39 anos no prazo de 28 dias.

O facto de existir bastante imunidade na população é outro fator apontado para justificar a recomendação:

“Com um elevado nível de imunidade global à COVID-19, o benefício da vacinação é provavelmente superado por este risco anormalmente elevado de morte cardíaca entre homens nesta faixa etária.”

Conclusões do estudo 

A vacinação, referente a todas as vacinas contra a covid-19, não foi associada a um aumento do risco de mortalidade geral e foi ligeiramente associada a aumento de mortalidade por causas cardíacas.

Os resultados da análise sugerem que a morte por causas cardíacas após a vacinação mRNA pode resultar no aumento do risco nos homens, especialmente entre os homens dos 18 aos 39 anos (RI = 2.16, 95% CI = 1.35 – 3.47).

Verificou-se uma ligeira diminuição (estatisticamente significativa) da mortalidade geral para os participantes com mais de 59 anos nos 28 dias seguintes à vacinação (RI = 0,97, 95% CI = 0,94 – 0,99).

O estudo salienta que o risco de morte por todas as causas e causas cardíacas foi substancialmente maior 28 dias após a infeção covid-19.

Limitações

O estudo, que é apresentado em nome do Departamento de Saúde e sem autores discriminados, tem limitações significativas.

Entre elas estão: a amostra reduzida, a pouca fiabilidade da determinação da causa de morte e as diferenças de administração entre as vacinas mRNA e a Jonhson (calendário e grupo vacinado).

Para além disso, estão disponíveis poucos dados sobre o estudo que permitiriam um maior escrutínio do mesmo.

Existem neste momento inúmeros estudos publicados que analisam o aumento de doenças cardíacas após a vacinação mRNA, em especial de miocardites e pericardites.

Recomendações gerais do estudo

Muitas das limitações do estudo são reconhecidas pelos seus autores que consideram que “os dados são preliminares, com base em dados de vigilância, e devem ser interpretados com cautela.”

Deste modo, salientam que: 

“O risco associado à vacinação por mRNA deve ser ponderado contra o risco associado à infeção COVID-19.”

O documento refere ainda as orientações pediátricas para as vacinas covid-19 que, desde março de 2022, recomenda a não vacinação em crianças e adolescentes saudáveis entre os 5 e os 17 anos. A não recomendação foi alargada a crianças com idade inferior a 5 anos, referindo que as vacinas estão autorizadas apenas para uso de emergência.

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