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Catargate: “um escândalo de proporções épicas”

O Parlamento Europeu (PE) reúne-se de emergência esta segunda-feira, dia 12 de dezembro, para discutir o escândalo que envolve membros do PE, incluindo uma das suas vice-presidentes. Eva Kaili e mais três parlamentares foram detidos no fim de semana com a acusação de pertença a organização criminosa, corrupção e branqueamento de capitais. Os movimentos anti corrupção consideram “um escândalo de proporções épicas”.

Em causa está a suspeita de tráfico de influências por parte do Qatar com o objetivo de influenciar as decisões do PE relativas à celebração do Mundial de futebol naquele país.

Para a Transparência Internacional UE, “este é, antes de tudo, um escândalo de suborno e corrupção de proporções épicas”. Nicholas Aiossa, dirigente da organização anti corrupção, considera que “há uma necessidade urgente de supervisão ética independente para acabar com um sistema de autorregulação que claramente não funciona”.

A missão da Transparência Internacional UE é “prevenir a corrupção e promover a integridade, transparência e responsabilidade nas instituições, nas políticas e na legislação da UE”. De entre as 10 exigências relativamente ao “Catargate”, a organização quer que a Comissão Europeia “apresente imediatamente a sua proposta há muito adiada para um órgão de ética independente da UE, com amplos poderes de supervisão, investigação e execução”.

A grega Eva Kaili já foi suspensa das funções de vice-presidente, das funções de eurodeputada e expulsa do Pasok, o partido socialista da Grécia, pelo qual foi eleita.

A polícia belga procedeu a buscas no domicílio de Eva Kaili, onde terá encontrado um saco com dinheiro. Segundo a agência noticiosa AFP, que cita uma fonte judicial sob anonimato, a até agora vice-presidente não pode beneficiar de imunidade parlamentar por ter sido apanhada em flagrante delito, na sexta-feira à noite, quando foi detida.
Entretanto, a Autoridade de Combate ao Branqueamento de Capitais grega confiscou os bens de Eva Kaili e dos seus familiares mais próximos, na Grécia. Segundo noticia o Expresso, foram confiscados imóveis, contas bancárias e empresas.

Ministro português quer Parlamento Europeu “auto regulado”

O ministro português dos Negócios Estrangeiros já se pronunciou sobre o caso “Catargate” e considerou que deve ser investigado. Segundo a Lusa, João Gomes Cravinho disse que “a melhor forma de superar as suspeitas sobre as instituições é investigar e penalizar quem tiver de ser penalizado”.

As declarações foram feitas à saída da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, em Bruxelas. Cravinho não é favorável à criação de uma comissão de ética, defendida esta segunda-feira pela presidente da Comissão Europeia. O ministro português diz que o Parlamento Europeu “deve autorregular-se”.

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