Neste vídeo, apresentamos exemplos de várias previsões climáticas divulgadas por órgãos de comunicação social ao longo dos últimos 80 anos. Entre as décadas de 1940 e 1960, observou-se uma preocupação crescente com o chamado “pico dos recursos”, destacando-se a necessidade de racionar alimentos, água e energia. Já a partir dos anos 2000, a atenção mediática passou a centrar-se na intensificação dos desastres naturais, adoptando frequentemente um tom mais alarmista e urgente. Entre os temas mais recorrentes nas notícias, destacam-se o degelo, a subida do nível do mar e o aumento das temperaturas.
(Vídeo no final)
Previsões (1939-2018)
Desde 1939, os meios de comunicação social têm difundido previsões climáticas. Ora, neste artigo iremos apresentar as previsões mais marcantes do último século.
Em 1939, no Harrisburg Sunday Courrier (EUA), o geologista sueco Hans Ahlmann mencionou que “os glaciares, como os da Noruega, enfrentavam a possibilidade de um colapso catastrófico” (Ahlmann, 1939)
Em 1947, no West Australian, o geologista Hans Ahlmann afirmou que as superfícies oceânicas poderão atingir proporções catastróficas e as pessoas que vivem no litoral seriam inundadas (Ahlmann, Warming of Climate Causes Concern, 1947).
Em 1967, no Los Angeles Times, George Getze disse o seguinte: “o tempo da fome está a chegar e será o pior e mais desastroso em 1975” (Getze, 1967).
Em 1970, no Redlands Daily Facts, Dr. Ehrlich citou: “América estará sujeita a um racionamento de água até 1974 e racionamento de comida até 1980” (Ehrlich, 1970).
Em 1982, no New York Times, Mostafa Tolba afirmou o seguinte: “Catástrofe ambiental que assistirá a uma devastação tão completa, tão irreversível, como qualquer holocausto nuclear” (Shabecoff, 1982).
Em 1988, a Agence France-Presse prenunciava que “uma subida do nível do mar ameaça cobrir 1196 ilhas pequenas nos próximos 30 anos”, referindo-se às Maldivas (Threat to islands, 1988).
Em 1989, na Associated Press, um funcionário das Nações Unidas dizia que “nações inteiras poderão ser varridas da face da Terra pela subida do nível do mar se a tendência do aquecimento global não for invertida até ao ano 2000” (AP, 1989).
No ano 2000, Charles Onians, numa notícia publicada pelo The Independent, afirmava que “a queda de neve tornou-se numa coisa do passado” (Onians, 2000).
Em 2001, no Salon, Suzy Hansen proferiu o seguinte: “Inundações, secas, furacões e surtos de doenças – um especialista explica porque é que as alterações climáticas nos dão mais uma razão para sentirmos terror nos céus” (Hansen, 2001).
Em 2002, no jornal britânico The Guardian, George Monbiot afirmava que “A fome só pode ser evitada se os ricos deixarem de comer carne, peixe e lacticínios” (Monbiot, 2002).
Em 2004, o The Guardian publicava a seguinte notícia: “Agora o Pentágono diz a Bush: as alterações climáticas vão destruir-nos. Um relatório secreto, suprimido pelos chefes da defesa dos EUA e obtido pelo The Observer, avisa que as principais cidades europeias serão afundadas pela subida dos mares, enquanto a Grã-Bretanha mergulhará num clima “siberiano” até 2020. Conflitos nucleares, mega-cheias, fome e tumultos generalizados irão eclodir em todo o mundo” (Harris, 2004).
Em 2007, a BBC News anunciava que “Verões no Ártico sem gelo até 2013” (Amos, 2007).
Em 2008, o New Scientist dizia que o “Pólo Norte poderá não ter gelo em 2008” (Brahic, 2008).
Em 2009, o The Scotsman noticiou que Gordon Brown “alertou para o facto de faltarem menos de 50 dias para os líderes mundiais definirem uma linha de ação para salvar o planeta das devastadoras alterações climáticas” (Brown: Fifty days to save the world, 2009).
Em 2009, a CBS News noticiou a seguinte previsão de Al Gore: “O gelo do Ártico pode desaparecer em breve no Verão” (Artic Ice May Soon Vanish in Summer, 2009).
Em 2009, o The Independent anunciou a previsão do Príncipe Carlos: “Apenas 96 meses para salvar o mundo” (Verkaik, 2009).
Numa entrevista em 2012, Peter Wadhams, um dos principais especialistas em gelo, previu o colapso final do gelo marinho do Ártico dentro de quatro anos, sugerindo que não haveria gelo durante os meses de Verão (Vidal, 2012).
Em 2013, Professor Wieslaw Maslowski, no âmbito do the Guardian, mencionou o seguinte: “Dada a tendência estimada e a estimativa do volume para outubro-novembro de 2007, inferior a 9 000 km3, pode projetar-se que, a este ritmo, seriam necessários apenas mais 9 anos, ou seja, até 2016 ± 3 anos, para se atingir um Oceano Ártico quase sem gelo no verão” (Ahmed, 2013).
Em 2014, Laurent Fabius, Ministro dos Negócios Estrangeiros e do Desenvolvimento Internacional francês, a uma pergunta na Assembleia Nacional afirma que “temos 500 dias para evitar uma catástrofe climática” (“We have 500 days to avoid a climate disaster”, says Foreign Minister, 2014).
Em 2018, o Grit Post afirma o seguinte: “Cientista climático de topo: Os seres humanos extinguir-se-ão se não corrigirmos as alterações climáticas até 2023” (Alden, 2018).
Em 2018, Jeff McMahon divulga a seguinte notícia: “Temos cinco anos para nos salvarmos das alterações climáticas, afirma um cientista de Harvard” (McMahon, 2018).
Assista ao vídeo completo:
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Fontes:
“We have 500 days to avoid a climate disaster”, says Foreign Minister. (2014). Ambassade de France au Pakistan. Obtido de “We have 500 days to avoid a climate disaster”, says Foreign (…) – La France au Pakistan – Ambassade de France au Pakistan
Ahlmann, H. (1939). Greeland’s glaciers melting, says scientist. Harrisburg Sunday Courrier. Obtido de https:// Climate change in 1939 – Newspapers.com™
Ahlmann, H. (1947). Warming of Climate Causes Concern. The West Australian. Obtido de Harrisburg Sunday Courier Archive – Newspapers.com™
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Brahic, C. (2008). North Pole could be ice free in 2008. New Scientist. Obtido de North Pole could be ice free in 2008 | New Scientist
Brown: Fifty days to save the world. (2009). The Scotsman. Obtido de Brown: Fifty days to save the world
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Getze, G. (1967). Dire Famine Forecast by ’75. Los Angeles Times. Obtido de p12 – 31 May 1947 – The West Australian (Perth, WA : 1879 – 1954) – Trove
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