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Político australiano assume que “não havia ciência por detrás” das medidas para controlar a pandemia

Num encontro do Comité para o Desenvolvimento Económico da Austrália (CEDA, sigla em inglês), o primeiro-ministro do estado de Nova Gales do Sul, Dominic Perrottet declarou que “não havia ciência por detrás” das medidas tomadas pelo governo para controlar a pandemia, como por exemplo a testagem massiva à Covid-19.

Dominic Perrottet participou de um debate organizado pelo CEDA, em que algumas questões foram colocadas pelo público que assistiu ao evento presencialmente e online.

Em resposta a uma das questões, o primeiro-ministro do estado de Nova Gales do Sul, na Austrália, avançou com declarações sobre a gestão da pandemia de Covid-19, assumindo que muitas medidas foram tomadas apenas para acalmar a população.

Medidas concertadas para limitar a instigação de medo pelos media

Perrottet reconheceu que se alinhou com o primeiro-ministro de Vitória, Daniel Andrews para reduzir “a capacidade dos media de criticar e instigar o medo na comunidade, baseados na abordagem que tínhamos.”

Essa “decisão estratégica” de reproduzirem de forma exata as medidas um do outro, terá sido bem sucedida.

Admite, no entanto, a falta de bases científicas para muitas dessas políticas.

Códigos QR

O político confessa que a introdução dos códigos QR foi uma das medidas adotadas com o único propósito de conter a perda de confiança provocada pela comunicação social.

“A decisão de usarmos os códigos QR foi a mais irónica, pois acabámos por trazer de volta os códigos QR, quando nem sequer estávamos a seguir o rasto. Não havia nenhuma ciência por detrás disto, mas havia uma campanha massiva e quando essas campanhas massivas são realizadas, esgota a confiança do nosso povo. E o tipo de notícias como vimos ao longo deste período tem o mesmo efeito”, destacou o político.

Tal como em Portugal, os códigos QR foram utilizados para a leitura do Certificado Digital Covid (em papel ou formato digital) ao apontar a câmara do telemóvel.

Abertura das escolas

A ação dos meios de comunicação também foi mencionada pelo político, como um ato de manipulação e de tentativa de assustar as pessoas.

“Quando se anunciava o regresso das escolas, os media apressaram-se a encontrar o epidemiologista mais assustador que andava por aí a dizer que todas as crianças da Nova Gales do Sul morreriam. O problema é que tínhamos a tarefa de passar confiança às pessoas e aí concordámos em fazer todos estes testes rápidos de antigénios, o que foi uma proeza enorme”, conta Dominic Perrottet.

Testagem massiva

A decisão de testar massivamente as pessoas para trazer confiança à população, terá sido tomada contra as próprias entidades de saúde. 

“Antes do início das aulas, distribuímos testes rápidos antigénios por 3.000 escolas em todo o nosso estado e 5.000 centros de acolhimento de crianças e de educação infantil. 

Mas, há outra coisa interessante sobre a pandemia – as entidades de saúde discordaram completamente desta abordagem, eles não identificaram nenhum interesse em ter testes de vigilância. Contudo, o sector da educação queria que fossem realizados os testes porque era necessário instalar a confiança entre os professores e os pais e garantir que as crianças estariam seguras na escola”, descreveu o político australiano.

Ao longo do discurso Dominic Perrottet foi destacando as decisões que foram tomadas em conjunto com o primeiro-ministro do estado de Vitória, Daniel Andrews, durante os primeiros anos da pandemia, mesmo sendo dois estados com políticas de liderança diferentes. 

“Mais uma vez um estado liberal e um estado trabalhista, exatamente, com a mesma política no essencial”, rematou Perrottet.

Assista ao discurso, aqui

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