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Médico que prestou falsas declarações  sobre vacinas Covid continua a ser fonte preferida dos media

O médico Filipe Froes produziu afirmações falsas sobre a vacinação mRNA e, muitas outras, infundadas, sobre esse e outros temas, ligados à covid-19. Além disso, recebe dezenas de milhares de euros de empresas farmacêuticas (mais de 180.000€ desde 2020), muitas delas detentoras das vacinas e medicamentos que promove. Apesar de tudo, a maioria da comunicação social, não só não denuncia a situação, como continua a recorrer ao médico com fonte privilegiada de informação.

O médico Filipe Froes regressou aos grandes órgãos de comunicação nacional. Tal como nos anos anteriores, fala da covid-19, de outras viroses e da introdução de novas medidas. Desta vez, alerta, entre outras coisas, para uma “pandemia tripla” e volta a defender o uso de máscara.

Mas será o médico uma fonte fidedigna e independente?

Falsas declarações sobre a vacinação mRNA

Filipe Froes proferiu inúmeras declarações sobre a vacinação comprovadamente erradas. No entanto, a declaração sobre o seu estado de desenvolvimento quando elas estavam a ser introduzidas em Portugal assumem particular gravidade.

Afirmou o médico, no dia 26 de abril de 2021:

Todas as etapas necessárias para o seu desenvolvimento e o grau de exigência foram os mesmos que se pedem a qualquer outra nova vacina na Europa”- Filipe Froes, ao Expresso

Esta afirmação foi feita pelo pneumologista, apesar da Agência Europeia do Medicamento explicar, na altura, que foi concedida à vacina da Pfizer uma autorização condicional de introdução no mercado, reconhecendo um maior risco devido a dados menos abrangentes.

“Este medicamento recebeu uma autorização condicional de introdução no mercado. Esta foi concedida no interesse da saúde pública porque o medicamento responde a uma necessidade médica não satisfeita e o benefício da disponibilidade imediata compensa o risco de dados menos abrangentes do que o normalmente exigido.

Fonte: Conflitos de interesse em tempos de pandemia

Na altura destas declarações já existiam investigações sobre a suspeita de reações adversas, nomeadamente miocardites. 

Posteriormente, inúmeras publicações científicas comprovaram várias reações adversas às vacinas covid-19. As miocardites em adolescentes e jovens adultos, especialmente do sexo masculino, são, a curto prazo, a reação adversa mais relevante confirmada e com um aumento de ocorrência muito acentuada nos vacinados desses escalões.

Conflitos de interesse

Desde 2020, Filipe Froes declarou ter recebido um valor total de pagamentos superior a 180.000€ de farmacêuticas, a maior parte das quais com interesses na pandemia da covid-19, nomeadamente relacionados com medicamentos e vacinas.

Entre essas empresas multinacionais encontram-se a Pfizer, a Merck, a AstraZeneca, a Roche, a Sanofi ou a Gilead.

Fonte: Infarmed

Inúmeros desses pagamentos dizem também diretamente respeito a ações ligadas a medicamentos promovidos pelo médico na comunicação social.

Promoção de fármacos

Além da vacinação mRNA (Pfizer e Moderna), Filipe Froes promoveu frequentemente medicamentos patenteados de elevado custo e de eficácia e segurança ainda incertas (embora com alguns efeitos secundários graves confirmados).

Durante a pandemia, entre os medicamentos mais divulgados pelo médico encontram-se Remdesivir (Gilead) e o Paxlovid (Pfizer). 

Fonte: Mediconews (página entretanto eliminada)
Fonte: Visão

Ideias finais

O médico Filipe Froes continua a ser chamado para falar sobre os mesmos temas em que induziu muitas pessoas em erro, faltando mesmo à verdade na questão da vacinação. 

O facto de ter enormes conflitos de interesse também não parece demover muitos órgãos de comunicação social de solicitarem as suas opiniões. Ainda mais relevante, é o facto desses conflitos de interesse, desconhecidos da generalidade da população, não serem sequer referidos aquando das suas intervenções.

Numa época em que tanto se fala na “desinformação das redes sociais” e da necessidade de se regular a informação, não deixa de ser curioso grandes órgãos de comunicação social não investigarem e denunciarem quem comprovadamente propagou informação falsa, ou enganosa. E que, ainda por cima, tem grandes conflitos de interesse.

Pior que isso, é continuarem a promovê-lo como fonte privilegiada de informação para o grande público.

Veja também:

Covid-19, farmacêuticas e políticos – Gestão de interesses

Conflitos de interesse em tempos de pandemia

Investigação Filipe Froes: Promoção de medicamentos- O exemplo do Remdesivir

Investigação Filipe Froes: Declarações infundadas sobre vacinação Covid -19

Investigação Filipe Froes: Cargos, conflitos de interesse e promoção nos media mainstream

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