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Resposta à Covid deixou 67 milhões de crianças sem vacinação de rotina em 2020-21

Apesar do risco de doença grave por covid ser baixo em crianças, a resposta à pandemia levada a cabo por muitos países, provocou efeitos devastadores nesta população. Entre esses efeitos colaterais encontra-se a quebra global da vacinação tradicional contra doenças potencialmente mortais como o sarampo, o tétano, ou a difteria. Continentes com taxas muito baixas de mortalidade associadas à Covid como a Ásia e, especialmente, África terão sido os mais prejudicados.

Um relatório revelado pela OMS e UNICEF, ainda em 2022, estima em 67 milhões, o número de crianças que falharam a vacinação de rotina entre 2019 e 2021 e que os níveis de cobertura vacinal retrocederam em 112 países.

Para a organização, tal deveu-se “ao sobrecarregar dos sistemas de saúde, ao desvio de recursos de imunização para a vacinação contra a COVID-19, à escassez de profissionais de saúde e às medidas de confinamentos”.

Considerando apenas a Europa e a Ásia Central, perto de um milhão de crianças terão falhado vacinas de rotina, das quais 327.400 não tomaram qualquer dose neste período contra doenças potencialmente letais.

Entre essas doenças, encontra-se o sarampo, a meningite bacteriana, a papeira, a rubéola, o tétano, a difteria, a tosse convulsa ou a poliomielite.

O exemplo do Sarampo

Segundo o relatório, a cobertura de primeira dose contra o sarampo caiu para o nível mais baixo desde 2008. Neste caso, Isso significa que 24,7 milhões de crianças perderam a primeira dose contra o sarampo em 2021, 5,3 milhões a mais do que em 2019. Outras 14,7 milhões não receberam a segunda dose.

Continentes mais afetados

Esta quebra de vacinação de rotina afetou particularmente alguns dos países com menos mortes (todas as idades) associadas à covid, como os do continente asiático e, principalmente, do africano.

Fonte: Our World in Data- Mortes Covid por milhão de habitantes

Deste modo, mesmo em países sem grande impacto da doença, muitas centenas de milhar de crianças com um risco residual para a mesma, podem ter morrido devido às medidas para a combater, nomeadamente a ausência de vacinação contra doenças potencialmente mortais ou a quebra nos serviços de saúde.

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