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Relatório Durham revela inexistência de evidência de conluio entre Trump e a Rússia

Durante anos, a maioria dos media e muitos comentadores propagaram a ideia de existirem provas de conluio entre Donald Trump e a Rússia. No entanto, o Relatório Durham conclui pela ausência de evidências sobre essa relação, denunciada por Hilary Clinton durante a campanha eleitoral presidencial de 2016, e que nunca deveria ter sido gasto dinheiro público e envolvida a comunidade de informação. Muitas destas conclusões já tinham sido apresentadas, anos atrás, num relatório do inspetor geral do Departamento de Justiça.

A recente apresentação do Relatório Durham põe fim à dupla pesquisa sobre o pretenso conluio Trump – Kremlin nas eleições presidenciais norte-americanas em 2016, assim como à natureza da investigação do FBI sobre o assunto na época.

Uma alegada fé em «pseudo-revelações» do FBI naquela época foi a base de uma narrativa segundo a qual Donald Trump teria procurado o apoio do Kremlin para prejudicar a candidatura de Hilary Clinton.

O conselheiro especial John Durham, um dos procuradores do estado do Connecticut mais relevantes em pesquisas de corrupção, veio agora apresentar o relatório e as críticas principais apontam a falta de rigor analítico na investigação do FBI assim como vieses de confirmação, devido a um excesso de confiança em fontes associadas à oposição a Trump, como é citado no relatório.

“A nossa investigação também revelou que o pessoal sénior do FBI apresentou uma séria ausência de rigor analítico relativamente à informação em análise, especificamente informação recebida de pessoas ou de entidades politicamente afiliadas.”

Por isso, e segundo John Durham, advogado desde 1975, o FBI não devia ter investigado a alegada ligação de Trump à Rússia. No relatório conclui-se, dado a inexistência de factos, «(…) que o Departamento de Justiça e o FBI falharam na defesa da sua missão mais importante de fidelidade estrita à lei.».

De acrescentar que, muitos dos erros apontados, já tenham sido documentados anos atrás por um relatório separado do inspetor geral do Departamento de Justiça. O próprio FBI afirma ter já tomado várias medidas para corrigir, por ele próprio, essas falhas.

Divergências nos media

O Washington Post conclui que, acima de tudo, o dossier Donald Trump – Rússia prejudicou a confiança pública nos media. Segundo este jornal, a condução da investigação e a acusação falsa foi amplificada pela imprensa, prejudicando a perceção sobre a realidade dos factos.

Desde o início da inquirição que era sabido um certo comprometimento das fontes sem que isso tenha contribuído para o termo da mesma.

o New York Times aponta para os limites do relatório Durham devido a alegada falta de evidências relativas à «má conduta» politicamente motivada de Hilary Clinton. A esta crítica principal acrescentam-se outras dificuldades, sobretudo no que diz respeito à credibilidade das fontes entrevistadas pelo conselheiro especial John Durham e ao espetáculo político e mediático fomentado por forças políticas conservadoras.

Complexa e polémica

Outros meios vão mais longe considerando o FBI como uma ameaça à própria democracia.

A Fox News apresenta o «enorme embaraço para a democracia» que o relatório significa.

Marsha Balackburn, senadora norte americana representante do Tenesse refere à Fox News, que «Descobrimos que tinha sido Hilary Clinton que tinha organizado este plano, acusando o conluio entre Donald Trump e a Rússia. Quando, afinal, tinha sido ela o elemento próximo desse país.».

Resta ainda acrescentar que o Relatório Durham monopoliza uma parte da atual discussão política para as próximas eleições presidenciais norte-americanas em 2024.

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